Tem repercutido o parecer do Conselho Nacional de Educação, por sua Câmara de Educação Básica, que concluiu ser o Caçadas de Pedrinho, de Monteiro Lobato, racista, e, assim, não deve ser distribuído às escolas públicas, ou, se distribuído, somente utilizado "quando o professor tiver a compreensão dos processos históricos que geram o racismo no Brasil". A provocação ao Conselho Nacional de Educação foi da combativa Secretaria de Promoção da Igualdade Racial.
O livro, publicado em 1933, que narra as aventuras da turma do Sítio na caça de uma onça-pintada, já foi distribuído pelo Ministério da Educação a colégios de ensino fundamental pelo Programa Nacional de Biblioteca na Escola (PNBE).
O racismo, segundo o parecer do Conselho Nacional de Educação, avulta-se na abordagem da personagem Tia Nastácia e de animais, como o urubu e o macaco, invocando-se a pena de Monteiro Lobato, como em "Tia Nastácia, esquecida dos seus numerosos reumatismos, trepou, que nem uma macaca de carvão"; e em "Não é a toa que macacos se parecem tanto com os homens. Só dizem bobagens."
A autora do parecer, Nilma Lino Gomes, professora da Universidade Federal de Minas Gerais, defendeu o banimento do livro nas escolas, a menos que a obra receba nota sobre os "estudos atuais e críticos que discutam a presença de estereótipos raciais na literatura".
A repercussão foi tamanha, com manifestações de inúmeros especialistas, que o ministro da Educação, Fernando Haddad, anunciou, ontem, que não homologará o parecer referido, o que o tornará apenas como um exemplo de tentativa censura. Talvez fosse interessante aos membros do Conselho Nacional de Educação a leitura de The Language Police, de Diane Ravitch, e, assim, compreenderem que posição como a adotada remete tão-somente à intolerância.
Um comentário:
Rapaz, estes conselheiros do CNE deveriam pedir pra ir ao banheiro e não voltarem mais. Outra coisa, eu nunca entendi porque existe, também, este Ministério da Igualdade Racial, se já somos iguais em tudo. Eita, mundo anta!
Postar um comentário