O senhor Anselmo Gois, em seu blog - o Anselmo.com -, em postagem intitulada Para Vladimir Palmeira, Cuba é uma ditadura, publicada em 2008, fevereiro, 21, antes lembrando que o petista histórico viveu em Cuba, depois de libertado, com vários companheiros, em troca do embaixador americano Charles Elbrick, afirma que ele não gostou do que viu na ilha, invocando entrevista à revista Teoria e Debate, do Partido dos Trabalhadores, em 1993. Eis o fragmento da entrevista transcrito pelo senhor Anselmo Gois:
"Quanto tempo você ficou em Cuba?
Três anos. Não me deixavam sair, inventando que eu não tinha documentos, que não tinham para onde mandar. Ficamos, na verdade, prisioneiros dos cubanos. Saí porque chegou o pessoal do Brasil, meus amigos estavam dirigindo o processo de luta armada e portanto passaram a ter as benesses do governo cubano.
E o que você fazia em Cuba?
Estudava dez, quinze horas por dia. Eles deixavam alguns setores da ALN trabalhar, mas nós, considerados muito críticos ao regime cubano, não podíamos trabalhar. Agradeço aos cubanos o pouco de cultura marxista que adquiri. Não serviu para defender o regime deles mas, para mim, certamente foi uma contribuição. Eu sou marxista até hoje, e boa parte da cultura teórica adquiri em Cuba. E não posso deixar passar a oportunidade de não só denunciar a ditadura cubana mas também resgatar o apoio que o povo nos deu. É um povo revolucionário, simpático, com bom humor.
Que reflexão você aprofundou, nesses três anos, com relação ao regime cubano?
Era uma ditadura do Partido Comunista, da burocracia. O trabalhador não tinha direito de greve, não podia se organizar. A grande safra estava em marcha para o fracasso e houve uma tentativa dos cubanos mais à esquerda, ligados ao Che, de democratizar o processo político. Eu assisti ao famoso comício de Fidel. Começou como uma autocrítica dele e da burocracia e terminou como uma crítica profunda às massas trabalhadoras. Muita gente diz, ainda hoje, que reconhece que existem problemas no regime político. Mas que as conquistas sociais são inegáveis e só foram possíveis dentro dos marcos desse regime."
"Quanto tempo você ficou em Cuba?
Três anos. Não me deixavam sair, inventando que eu não tinha documentos, que não tinham para onde mandar. Ficamos, na verdade, prisioneiros dos cubanos. Saí porque chegou o pessoal do Brasil, meus amigos estavam dirigindo o processo de luta armada e portanto passaram a ter as benesses do governo cubano.
E o que você fazia em Cuba?
Estudava dez, quinze horas por dia. Eles deixavam alguns setores da ALN trabalhar, mas nós, considerados muito críticos ao regime cubano, não podíamos trabalhar. Agradeço aos cubanos o pouco de cultura marxista que adquiri. Não serviu para defender o regime deles mas, para mim, certamente foi uma contribuição. Eu sou marxista até hoje, e boa parte da cultura teórica adquiri em Cuba. E não posso deixar passar a oportunidade de não só denunciar a ditadura cubana mas também resgatar o apoio que o povo nos deu. É um povo revolucionário, simpático, com bom humor.
Que reflexão você aprofundou, nesses três anos, com relação ao regime cubano?
Era uma ditadura do Partido Comunista, da burocracia. O trabalhador não tinha direito de greve, não podia se organizar. A grande safra estava em marcha para o fracasso e houve uma tentativa dos cubanos mais à esquerda, ligados ao Che, de democratizar o processo político. Eu assisti ao famoso comício de Fidel. Começou como uma autocrítica dele e da burocracia e terminou como uma crítica profunda às massas trabalhadoras. Muita gente diz, ainda hoje, que reconhece que existem problemas no regime político. Mas que as conquistas sociais são inegáveis e só foram possíveis dentro dos marcos desse regime."
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