Por Rogério Newton
Sentado na cadeira de espaguete, o homem olhava a correnteza, que já havia transposto as muretas e alcançado a maior parte da área onde ficavam as mesas. Dentro da água rumorosa, o poste com a placa: Restaurante Pesqueirinho.
Gentil, perguntou-me:
— Pode me dar um pouco da sua atenção?
— Sim.
— Está vendo aquela árvore? Tem mais de cem anos – apontou a marmorama curvada, numa lagoa de água barrenta.
Fiz várias fotos.
— Como o senhor está se sentindo vendo a água tomar conta de tudo?
— Só estou pensando na árvore.
Levou-me para ver a cozinha, com água nas canelas do cozinheiro. Peixe frito chiando na chapa.
— Só vamos parar se a água chegar no cachimbo do fogão.
Corte para meninos sobre canoas ancoradas onde fora rua. Balançavam.
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