CADÊ?

março 30, 2009

Sílvio Mendes apóia Cineas Santos na demissão de Evelin*

O prefeito Sílvio Mendes (PSDB) afirmou hoje que dará todo apoio ao presidente da Fundação Municipal Monsenhor Chaves, Cineas Santos, no caso da demissão do diretor geral do Teatro Municipal João Paulo II, Marcelo Evelin.

Sílvio Mendes relatou todo o processo e se diz “surpreso” com a carta de demissão entregue por Evelyn, um dos artistas piauienses mais premiados no Estado. Bailarino e coreógrafo, Marcelo Evelin entregou a direção alegando divergências com Cineas Santos.
Veja o que disse o prefeito ao ser entrevistado na cantina da TV Cidade Verde, quando cumprimentava os jornalistas da emissora.

Prefeito, o Marcelo Evelin publicou uma carta em que pede demissão...
É uma deselegância da parte dele. Ele mandou a carta foi para mim e a carta é minha... O Marcelo Evelin é um grande artista, um grande diretor. Ele honra a profissão dele. Ele veio a Teresina a convite do professor José Reis para ser diretor do Teatro João Paulo II, no Dirceu.
E o que houve?
Na conversa que ele teve com o Cineas (Santos – presidente da Fundação Monsenhor Chaves) e Erisvaldo Borges ele teria dito ao Cineas que queria que o Teatro do Dirceu tivesse autonomia na gestão, que tivesse liberdade para viajar no tempo que quisesse e que ele não se subordinaria à programação e o planejamento da Fundação Cultural. Ele disse ainda que tinha uma remuneração que não era apenas do teatro. Existia uma fundação chamada Punaré que ele recebia uma remuneração paralela. 

O que lhe deixou chateado?
Como é que se tem um teatro importante pela localização como o do Dirceu, que recebeu investimentos públicos e temos um planejamento na área cultural, e agradecemos muito a paciência do Cineas Santos de aceitar a missão de cuidar da cultura de Teresina, e ter um diretor de teatro que não se subordina a uma programação e planejamento.
Ele já tinha conversado com alguém?
Ele esteve conosco na semana passada. Retornou com um grupo ao Cineas e disse para ele que estaria de acordo com o planejamento e os encaminhamentos da Fundação Cultural. Inclusive, na época dessas exigências queria que fosse atendido a qualquer momento pelo Cineas de acordo com a necessidade do teatro. Tudo bem, isso é coisa menos importante. Esteve com o professor Charles e teria recuado nessas exigências. Ora, se ele se subordina administrativa, como qualquer órgão como deve ser a gestão, tudo bem, não haveria nenhum problema e ele continuaria lá.
O senhor se surpreendeu com a carta de demissão?
Ontem, eu fui surpreendido com a carta de demissão depois dele ter tido essas conversas. Então, isso gera tumulto e crise onde não deve existir. Compreendo que a área cultural é cheia de conflito, isso é natural. Agora, nós não vamos nos subordinar a esse tipo de exigência, nem dele e nem de ninguém. Não podemos concordar com esse tipo de comportamento.
Apóia a decisão do Cineas?
Apoio total ao Cineas. Na prefeitura não se quebra hierarquia, porque aí iria abdicar da presença do Cineas e o Cineas eu não abdico. Eu agradeço todo dia a paciência que ele tem tido e me surpreendo, inclusive.

 
* Matéria de Yala Sena, veiculado pelo Portal Cidade Verde.

março 29, 2009

Maia Veloso e o desligamento de Marcelo Evelin do Teatro João Paulo II

Foto: Ben Van Duin

 

O coreógrafo Marcelo Evelin pediu demissão do Teatro João Paulo II.
Marcelo encaminhou carta ao prefeito Sílvio Mendes e alegou incompatibilidade com o atual presidente da Fundação Cultural Monsenhor Chaves, professor Cineas Santos.
Depois de ter o salário reduzido em 3 vezes o valor que recebia, Marcelo conta que tentou seguir com o projeto no JPII. "Não foi a questão financeira, isso eu segurei, mas sim o desrespeito a meu trabalho, estou triste, mas aliviado", revelou Marcelo.
Evelin deixa o Teatro João Paulo II no melhor momento do Núcleo de Criação do Dirceu, que teve reconhecimento e projeção nacional e internacional e, hoje, é uma das plataformas de pesquisa e produção de dança contemporânea mais importantes do país. O sucesso do Núcleo é mérito do grupo, mas acima de tudo, fruto do talento, dedicação, reconhecimento nacional e internacional do trabalho de Evelin e do bom relacionamento do coreógrafo com a cena da dança contemporânea no mundo.
Teresina perde! 


 
Texto veiculado no site Meio Norte. A foto foi extraída do Núcleo do Dirceu
A saída de Marcelo Evelin repercutiu também no acessepiauí, no Portal O Dia, no Portal Cidade Verde, e no Em Dia News, entre outros.

Marcelo Evelin deixa a direção do Teatro João Paulo II

Foto de autoria desconhecida.


Teresina, 26 de marco de 2009.

Exmo. Sr. Prefeito

Dr. Sílvio Mendes

Venho através desta entregar a V. Sa. o cargo que ocupo desde 2005 como diretor geral do Teatro Municipal João Paulo II.

A minha demissão se dá por motivo da impossibilidade de um diálogo produtivo com o atual Presidente da Fundação Municipal de Cultura, o que vem prejudicando e desqualificando consideravelmente a minha atuação como diretor da referida casa.

Nesse momento sinto não mais necessária a minha participação nas decisões artísticas que envolvem esse órgão cultural, pelo desrespeito com minha autonomia de diretor e pelo desinteresse com que a FMC trata um trabalho que vem sendo realizado com sucesso junto à comunidade do Grande Dirceu e servindo como modelo não apenas nesta capital, mas igualmente no resto do Brasil e em âmbito internacional.

Gostaria de deixar claro que essa decisão não está sendo tomada por razões de acordos financeiros, e que de minha parte tudo foi feito para viabilizar a permanência do meu projeto artístico nesta casa e na cidade de Teresina.

Agradeço ao senhor pela confiança nesses três últimos anos, e fico à disposição para qualquer esclarecimento e para projetos futuros sob outras condições.

Atenciosamente,

Marcelo Evelin

Excomunhão*



* Postagem extraída do blog do autor, veiculada em março, 17.

Marcos Valle em ação

Artes de Março por Marcos Valle

Marcos (Kostenbader) Valle, compositor, cantor, instrumentista e arranjador, com dedicação à musica desde os 6 anos, apresentou-se, no dia 25, no Teresina Shopping, no Artes de Marços.
Marcos Valle, no show realizado no Artes de Marços, foi acompanhado por Patrícia Alví.
Foto de autoria desconhecida,
extraída do site do Teresina Shopping.

Mais sobre Marcos Valle veja, por exemplo,  Wikipédia.

março 23, 2009

Blog de Patrícia Basquiat removido

Frustrei-me, em face dos acessos comuns que faço a blog e sites, quando constatei que já não posso acessar o blog de Patrícia Basquiat. Não sei as razões do sumiço do blog. Mas certamente vou sentir falta da sensibilidade de Patrícia.

Airton Sampaio

março 20, 2009

Recomendo: Vida de Merda

Algumas das nossas desgraças nos levam ao riso. As dos outros, sempre. Comprove visitando o Vida de Merda.

Shepard Fairey

Poster de Barack Obama, realizado por Shepard Fairey, venceu o prêmio de design britânico Brit Insurance Design Award 2009.
Mais informações no site da BBC Brasil.

março 19, 2009

Filmes sob ilustrações de Justin Reed

O Cavalheiro das Trevas
Kill Bill
Pulp Fiction
Tubarão
Outras ilustrações de Justin Reed você encontra aqui. Recomendo visita ao seu blog.

Perfeições

 Imaginou, aposto, que as imagens deste post são fotografias. Enganou-se. Elas são desenhos elaborados apenas com lápis.
Veja outros desenhos:
 Você encontra mais desenhos aqui.

março 18, 2009

Autor bloqueia publicação de livro sobre o Solar da Fossa*

O jornalista Toninho Vaz, 61, obteve anteontem uma liminar impedindo que a editora Record distribua nesta semana seu livro "Solar da Fossa". Vaz diz que a edição é "uma versão desatualizada de 2007" e sem fotos, pois ele recolheu o material após o fim do contrato, em 18 de janeiro passado.
O juiz Sérgio Ricardo de Arruda Fernandes, da 21ª Vara Cível do Rio, reconheceu que o contrato de 36 meses previa a publicação até 18 de janeiro. E estabeleceu multa de R$ 20 mil em caso de a editora pôr a obra nas livrarias. A Record informou que recorrerá da decisão.
Segundo o autor, o certo seria publicar o livro em 2008, para marcar os 40 anos dos movimentos de 1968. O Solar da Fossa foi um casarão de Botafogo (zona sul do Rio) transformado em pensão, no qual moraram, entre 1964 e 1971, Caetano Veloso, Gal Costa, Paulinho da Viola, Paulo Coelho, Paulo Leminski, Tim Maia, Ruy Castro e muitos outros.
Por desorganização, na visão de Vaz, a Record teria esquecido de avaliar os originais e estaria publicando o livro agora de "má-fé". Ele diz ter recebido R$ 14 mil pelo trabalho.
A editora se manifestou por nota: "O original foi entregue pelo autor, tanto que o pagamento ocorreu, somando uma quantia considerável para os padrões do mercado brasileiro. Confiamos estar levando ao leitor uma obra importante que retrata um período marcante da história cultural do Rio de Janeiro e do país".


* Matéria veiculada na edição de hoje.

Sem palavras

 
Izânio Façanha
Charge, intitulada Nepotismo, extraída do blog do autor.

Ponta de Areia por Boca Livre

Soberbo Boca Livre

Boca Livre

Maurício Maestro, Lourenço Baeta, Zé Renato e David Tygel durante a apresentação no Artes de Março

Boca Livre no Artes de Março

Êxtase. Puro êxtase a apresentação, ontem, do Boca Livre no Teresina Shopping, como parte da programação do Artes de Março. Então, sinto muito se você não foi assistir ao SHOW de Maurício Maestro, Lourenço Baeta, Zé Renato e David Tygel. Foi encantamento do início ao fim do show.
Grupo formado em 1978, com Maurício Maestro (contrabaixo e vocal), Zé Renato (violão e vocal), Cláudio Nucci (violão e vocal) e David Tygel (violão e vocal), surpreendeu o mercado fonográfico com a venda do disco independente Boca Livre, de 1979. Nele são incluídas, entre outras músicas, Toada (Zé Renato, Cláudio Nucci e Juca Filho) e Quem tem a viola (Zé Renato, Cláudio Nucci e Xico Chaves).

março 16, 2009

Artes de Março: Carol Costa

Ela é pernambucana por mero acidente. Sequer o sotaque ela tem. Carol Costa é, definitivamente, a meu juízo, piauiense. Da gema. Fez-se intérprete e compositora aqui, com parceiros como Glauco Luz. Eu já a conhecia do seu CD. Mas vê-la interpretando é outra história. Deliciosa. Taí uma noite que valeu a pena.

Artes de Março

Quem, frequentador deste blog, não lembra de minha insurreição, absolutamente inútil, quanto ao Paraíba Music? Mas o Grupo Claudino é eclético. Explico: acontece, no Teresina Shopping, durante este mês, o artesdemarço, com a exposição Fragmentos do Feminino, que reúne obras dos artistas da União dos Artistas Plásticos do Piauí, a UAPPI, exposições, livres, de vários fotógrafos, além de apresentações de músicos e dançarinos. O evento é realizado pelo Grupo Claudino/Teresina Shopping, sob o patrocínio da Caixa Econômica Federal (como é que se consegue isto?), com apoio da Musical Shop e Luxor Piauí Hotel

março 15, 2009

Noticiou tarde...

Fernando Rodrigues, em seu blog, lembra, a respeito da revelação da Veja desta semana, que o jornal Folha de São Paulo, em edição de 2008, outubro, 1º, noticiou que o delegado federal Protógenes Queiroz dissera ao Ministério Público Federal que a determinação para investigar Daniel Dantas havia partido do Palácio do Planalto.

Virtuose

Para começo de semana, Egberto Gismonti interpretando Dança das Cabeças.

março 08, 2009

Pelo retorno ao esporte de Lance Armstrong

Como os cartazes impressos com imagens de Obama, durante a campanha eleitoral para presidente estadunidense, este apela pelo retorno ao esporte do ciclista Lance Armstrong.

Mulher tem maior renda em 30% das casas

Por Antônio Gois

 
Susana Machado e Arnaldo Jaña estão há 15 anos juntos e aprenderam a lidar com uma situação que, para muitos homens, causaria bastante incômodo: é dela a maior renda do domicílio e é ele que, por ter mais flexibilidade para trabalhar em casa, assume boa parte dos afazeres domésticos.
"Somos de uma geração em que o que se esperava do homem era ser o provedor. Mas tenho muito a agradecer ao Arnaldo: pelo meu sucesso profissional, por ter ficado mais tempo em casa, ajudando na educação de meu filho, e em outras tarefas. Ele sempre me apoiou e me ajudou a chegar onde cheguei", diz Susana, 49, servidora da Justiça Federal.
Casos em que a renda da mulher supera a do homem no domicílio ainda são minoritários, mas, nos últimos 25 anos, eles mais que dobraram, como mostra uma conta feita pela pesquisadora do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) Ana Amélia Camarano, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
De 1982 a 2007, cresceu de 3% para 11% a proporção de lares onde a renda da mulher superava a dos companheiros. Se forem somados também os domicílios onde a mulher mantém um lar sem cônjuge, o percentual de casas onde elas eram as principais ou únicas provedoras mais do que dobrou, variando de 13% para 30%.

Avanço feminino
Outro dado que demonstra o avanço feminino é a constatação de que a contribuição das mulheres para a renda total das famílias no Brasil já chega a 40%. Em 1982, essa proporção era de 23%.
Essas contas fazem parte de um estudo que Ana Amélia está elaborando sobre os desafios das políticas de aposentadoria para mulheres diante dos novos arranjos familiares na sociedade brasileira.
"No passado, uma das principais preocupações da mulher ao casar era achar um marido que tivesse condições de sustentá-la. Mas, a partir do momento em que a participação feminina no mercado de trabalho cresce, isso deixa de ser essencial e cresce a proporção das que se casam com um marido de renda menor", afirma a pesquisadora.
Ela explica que esse movimento aconteceu principalmente por causa da melhoria da escolaridade feminina e da redução nas taxas de fecundidade. Hoje, o IBGE já mostra que a escolaridade das mulheres entre 20 e 59 anos supera a dos homens. Em 1982, a situação era inversa.

Sobrecarga
Se a participação da mulher no mercado de trabalho se alterou bastante nos últimos anos, o mesmo não pode ser dito da divisão das tarefas domésticas. Mesmo em residências onde tanto o homem quanto a mulher são ocupados, a maior parte dos afazeres de casa continua sendo feito por elas.
Em 2007, 90% das mulheres ocupadas diziam também cuidar de afazeres domésticos. Entre homens, o percentual era de apenas 50%. Elas também dedicavam, em média, mais que o dobro de horas semanais a essas atividades em relação aos cônjuges: 22,2 horas, ante 9,6 dos homens.
A divisão desigual das tarefas domésticas é realidade comum mesmo em casos onde a mulher possui rendimento maior do que o homem.
É o que acontece com Daniele Fernandes, 30. De origem humilde, ela completou o curso de ciências sociais e hoje ganha, como pesquisadora-bolsista, uma renda maior do que a de seu marido, que é pedreiro.
Daniele conta que seu marido, ao contrário de outros namorados que teve antes do relacionamento atual, aceita bem o fato de ela ganhar mais. Porém, quando se trata de cuidar da casa, é dela a responsabilidade.
"Mesmo hoje em dia, a ideia predominante é de que os afazeres domésticos são de responsabilidade da mulher. Meu marido até ajuda se eu pedir, mas sou eu quem tenho que me preocupar sobre o que vamos comer ou como vamos cuidar dos filhos", diz ela.
Nesse ponto, melhor sorte tem Susana Machado, a servidora federal que é casada com Arnaldo Jaña.
"Como eu trabalho com edição de filmagens, tenho horário mais flexível e fico mais tempo em casa. Não tenho nenhum problema em levar o filho [do primeiro casamento] da Susana na escola ou lavar a louça e varrer a casa. Sei que ainda há muito machismo, mas acho que a mulher está conquistando sua independência e o homem que não se adaptar a essa nova realidade terá que segurar sua onda", diz Arnaldo.



 
* Matéria veiculada hoje pelo Folha de São Paulo.

Governo busca respaldo no STF para frear MST*

Por Mariângela Gallucci


Diante da impopularidade cada vez maior das ações violentas do Movimento dos Sem-Terra (MST), aliado natural do PT, e do temor de que isso afete a imagem eleitoral do governo Lula, o Palácio do Planalto está buscando junto aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) um aval para confrontar os sem-terra e combater as invasões de propriedades. O pedido de respaldo jurídico é um ato político porque o governo já tem instrumentos legais para não vistoriar terras invadidas nem assentar trabalhadores rurais que participem de invasões.
A ideia do Planalto é usar a decisão do Supremo como justificativa para apresentar eventuais ações anti-invasões do MST como decisões inevitáveis, a mando do Judiciário. As ameaças de novas invasões feitas desde o fim do ano passado pelos líderes do MST - para comemorar os 25 anos do movimento (janeiro de 1984-janeiro de 2009) - levaram o advogado-geral da União (AGU), José Antonio Dias Toffoli, a fazer um pedido recente ao Supremo.
Em documento encaminhado no dia 16 de janeiro, Toffoli pediu que a corte dê preferência ao julgamento do mérito da ação que contesta a constitucionalidade da medida provisória baixada no governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), que reduziu drasticamente as invasões de propriedade - no último ano do segundo mandato do ex-presidente (2002) foram registradas 89 invasões, ante 266 no último ano do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2006). Apesar de ser quase o triplo de invasões, o governo do PT nunca usou a medida provisória editada pelo governo FHC.
REGRA DURA
A MP 2.183, de 24 de agosto de 2001, determina que o imóvel rural invadido não deve ser vistoriado nos dois anos seguintes à desocupação - se houver reincidência, a punição será de quatro anos. A MP também prevê que a entidade, a organização, a pessoa jurídica, o movimento ou a sociedade de fato que direta ou indiretamente auxilia, colabora, incentiva, incita, induz ou participa de invasão de imóveis rurais ou bens públicos ou de conflito agrário não receberá recursos públicos.
Em 2002, o PT e a Confederação dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) contestaram a MP no Supremo, mas os ministros decidiram, liminarmente, que a medida é constitucional e os movimentos sociais cujos integrantes invadem terras públicas e privadas podem ser punidos pelo governo com suspensão de vistorias e de repasses de recursos.
Na decisão do STF, tomada em votação de todos os ministros, apesar de ser liminar, ficou claro que a MP está em vigor por outro motivo: a Emenda Constitucional 32, de 11 de setembro de 2001, estabeleceu que as medidas provisórias editadas em data anterior a ela continuam em vigor até que uma MP posterior as revogue explicitamente ou até deliberação do Congresso. Nenhuma das duas providências foi tomada, segundo informações do STF, pelo governo Lula.
No documento encaminhado por Toffoli ao STF, o advogado-geral da União pediu ao relator da ação do PT e da Contag, ministro Celso de Mello, que dê preferência ao julgamento do caso em virtude "da relevância da matéria nela versada". Celso de Mello deverá ouvir o advogado-geral e o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, para depois marcar o julgamento.
No julgamento de 2002, o STF deixou claro que o governo pode impor sanções a quem invade terras. "Não é lícito ao Estado aceitar, passivamente, a imposição, por qualquer entidade ou movimento social organizado, de uma agenda político-social, quando caracterizada por práticas ilegítimas de invasão de propriedades rurais, em desafio inaceitável à integridade da ordem jurídica", concluiu o STF na decisão de 2002.
"O Supremo Tribunal Federal não pode validar comportamentos ilícitos. Não deve chancelar, jurisdicionalmente, agressões inconstitucionais ao direito de propriedade e à posse de terceiros. Não pode considerar, nem deve reconhecer, por isso mesmo, invasões ilegais da propriedade alheia ou atos de esbulho possessório como instrumentos de legitimação da expropriação estatal de bens particulares, cuja submissão, a qualquer programa de reforma agrária, supõe, para regularmente efetivar-se, o estrito cumprimento das formas e dos requisitos previstos nas leis e na Constituição da República", entendeu o STF no julgamento liminar.
Segundo o Supremo, as invasões são criminosas. "O esbulho possessório, além de qualificar-se como ilícito civil, também pode configurar situação revestida de tipicidade penal, caracterizando-se, desse modo, como ato criminoso", afirmou a decisão do STF.
HIPOTECA SOCIAL
O Supremo manteve a validade das punições para quem invade, mas reconheceu a importância da reforma agrária. "O direito de propriedade não se reveste de caráter absoluto, eis que, sobre ele, pesa grave hipoteca social, a significar que, descumprida a função social que lhe é inerente (CF, art. 5º, XXIII), legitimar-se-á a intervenção estatal na esfera dominial privada, observados, contudo, para esse efeito, os limites, as formas e os procedimentos fixados na própria Constituição da República."
Recentemente, o presidente do STF, Gilmar Mendes, fez referência às punições previstas para quem invade terra ao comentar episódios ocorridos no carnaval. "O financiamento público de movimentos que cometem ilícito é ilegal", disse.
Mendes não participará do julgamento do mérito da ação do PT e da Contag porque na época da votação da liminar ele era o advogado-geral da União e defendeu a posição do governo. Na avaliação de integrantes do Supremo, há chances de a corte mudar o entendimento porque sua composição foi radicalmente modificada. Dos 11 ministros que votaram no julgamento de 2002, apenas 3 continuam na Casa, Celso de Mello, Marco Aurélio e Ellen Gracie.

 *Matéria veiculada no Estadão, edição de hoje.

De e-mail para post

 Foto de autoria desconhecida.



"Estaba Chávez hablando con su secretario y le decía:
'Cuando muera quiero que entierren mi Corazón en Sabaneta donde nací.
Mis piernas en los alrededores de Maracay, donde caminé todas las mañanas y me entrené como Revolucionario.
Mi Estómago en el jardín en casa de mi abuela donde siempre comía esas riquísimas empanadas que ella hacía'.
Y el secretario lo interrumpe: 'Entonces señor Presidente, el culo se lo vamos a tener que rallar para repartirlo porque la cagada fue nacional!'."

Dia Internacional da Mulher

Foto de autoria desconhecida
Todos os dias, ao meu juízo, são dias das mulheres. Devemos, a cada dia, renovar os votos que lhes fazemos, ainda que em silêncio, como evocamos os nossos Deuses, qualquer que seja a nossa crença.
Hoje, porque Dia Internacional da Mulher, não é dia apenas para dar-lhes flores, porque as flores existem para que a elas sejam destinadas. Nem apenas para dizer-lhes que as amamos, porque a cada segundo devemos externar o nosso amor, ainda que não com palavras. 
A cada ano, no Dia Internacional da Mulher, não devemos refletir apenas, todos, homens e mulheres, o quanto os direitos das mulheres, notadamente no trabalho, evoluiram: o fato ocorrido em 1857, março, 8, em Nova Iorque, serve apenas para a instituição do Dia Internacional da Mulher. Devemos todos nós, homens e mulheres, porque a mulher não é o inferior ao homem também no trabalho, renovar os votos de ações para que não sejam, por exemplo,  discriminadas  quanto ao salários, nem que as suas condições de trabalho sejam indignas.
O Dia Internacional da Mulher, para amá-las, é apenas mais um dia.

março 07, 2009

Eu visito: Segunda a Sexta

Segunda a Sexta é um blog destinado à ficção. São cinco autores - Aline Leal, Gazza, Luciene Braga, Raquel C. de Medeiros e Tiana Maciel - que escolhem o tema da semana e destilam-no de segunda a sexta. O sábado pertence aos convidados.
Deem  uma conferida.

A noiva do monstro, de Ed Wood

A noiva do monstro (1955), com produção, roteiro e direção de Ed Wood, é apontado como o seu melhor filme. Bela Lugosi, com seus trejeitos e suas caretas de cientista louco, interpreta o Dr. Eric Vornoff, um gênio com talento não reconhecido. Isolado em sua mansão em ruínas, no meio do pântano, projeta a criação uma raça de super-homens atômicos para dominar o planeta, auxiliado por Lobo (Tor Johnson), responsável pela coleta cobaias para as experiências. Lobo captura uma repórter (Lorreta King), para servir de cobaia, mas apaixona-se por ela, e tenta impedir o cientista, que o mata. No final, depois de muita perseguição e enfrentamento de um ridículo polvo de borracha e  de uma gigantesca pedra, visivelmente de isopor, explode num típico cogumelo nuclear. 
Elenco: Bela Lugosi (Dr. Eric Vornoff), Tor Johnson (Lobo), Tony McCoy (Lt. Dick Craig), Dolores Fuller (Margie), Loretta King (Janet Lawton), Havey B. Dunn (Capt. Tom Robbins), George Becwar  (Prof. Vladimir Strowski), Paul Marco (Officer Kelton), Don Nagel (Det. Marty Martin), Bud Osborne (Lafe 'Mac' McCrea), John Warren (Jack Sloane) e Ann Wilner (Tillie), entre outros.
Confiram o trailler da película:

Ed Wood, de Tim Burton

Tim Burton, em Ed Wood (1994), retrata a vida do diretor nos anos 50, quando, cercado por um grupo de atores desajustados, realizou filmes ordinários, a ponto de ser considerado até hoje o pior de todos tempos.
Integram o elenco Johnny Depp (Ed Wood), Martin Landau (Bela Lugosi), Sarah Jessica Parker (Dolores Fulller), Patricia Arquette (Kathy O'Hara), Jeffrey Jones (Criswell), F. D. Spradlin (Reverendo Lemon), Vicent D'Onofrio (Orson Welles), Bill Murray (Bunny Breckenridge), Mike Starr (Georgia Weiss), Max Casella (Paul Marco), Brent Hinkley (Conrad Brooks) e Lisa Marie (Vampira).
O filme foi vencedor de 2 oscars: maquiagem e ator coadjuvante (Martin Landau).
Vale conferir Ed Wood ou revê-lo.

Não há excesso?

Foto: Felipe Recondo / Agência Estado


Josias de Souza publicou em seu blog, na quinta-feira, 7, postagem com o título de  Gilmar 'manda' governadora cumprir ordens judiciais. Diz ele:
O ativismo político de Gilmar Mendes, presidente do STF, foi das palavras à prática.
O ministro telefonou para a governadora do Pará, Ana Júlia Carepa (PT).
Gilmar lembrou a Ana Júlia que ordens judiciais precisam ser respeitadas.
Pediu-lhe que dê consequência aos mandados de reintegração de posse de terras invadidas pelo MST.
O presidente do Supremo passou a mão no telefone ao tomar conhecimento de algo que o deixou atônito.
Sob a petista Ana Júlia, a PM paraense vem se esquivando de desalojar invasores do MST.
Há no Pará 111 ordens judiciais de reintegração de posse pendentes de execução.
A informação veio à luz em discurso de Kátia Abreu (DEM-TO), na tribuna do Senado.
Presidente da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), a senadora vociferou:
“Há dois anos que governo do Estado do Pará não convoca a Polícia Militar para fazer a reintegração de posse pacífica”.
Disse que a CNA e a Federação de Agricultura do Pará decidiram reagir.
As entidades vão protocolar no Tribunal de Justiça paraense um pedido de intervenção federal no Estado.
Se prosperar, a ação vai bater no STF. E o pedido de Gilmar a Ana Júlia, se desatendido, pode ganhar ares de determinação.
Mais cedo, nesta quarta (4), sob a presidência de Gilmar, o CNJ tomara uma decisão que também diz respeito à temática agrária.
 O julgamento de processos que envolvem conflitos fundiários deve ter precedência sobre as outras causas, eis o que decidiu o Conselho Nacional de Justiça.
 O despacho foi aos tribunais e às varas de Justiça nos Estados na forma de “recomendação”.
 Em entrevista, Gilmar Mendes listou as pendengas alcançadas pela decisão:
 "Problemas de reintegração, desapropriação, os casos ligados a crimes decorrentes desse tipo de conflito".
 "Queremos priorizar o julgamento dessas causas, de modo a não ter essas acusações de que os processos terminam sem uma dinâmica própria e que, por isso, talvez gere um quadro de impunidade de não resposta por parte do Judiciário".
* * *
Não sou daqueles que entendem que o magistrado apenas se pronuncia em autos.  Assim, acho natural que o Excelentíssimo Ministro Gilmar Mendes permita repercurtir na mídia a sua opinão acerca de movimentos sociais e suas ações, por exemplo, como agora. Porém, penso que não é razoável, nem democrático, tampouco constitucional, que o Presidente do Supremo Tribunal Federal telefone para a governadora do Pará determinando-lhe cumprimentos das ordens judiciais emanadas do Poder Judiciário Estadual, quando inexiste qualquer ação neste sentido na Corte Suprema, inclusive pedido de intervenção no Estado.

março 03, 2009

LITERATURA BRASILEIRA DE AUTORES PIAUIENSES: a falta que uma Crítica Militante faz*

Foto deste blogueiro


Por Airton Sampaio


Creio que um dos motivos do desconhecimento e dos muitos equívocos que grassam feito praga sobre a Literatura Brasileira de Autores Piauienses (LBAP) é a quase ausência, ao longo dos duzentos anos de sua história (a completar-se em 2008, quando se atingirá o bicentenário da edição de “Poemas”, de Ovídio Saraiva), de uma crítica literária militante. Sem essa necessária mediação entre o autor, a obra publicada e o leitor não-especializado, a LBAP fica travada, sem maiores questionamentos e sem abalizados e orientadores juízos de valor.
No Piauí, a crítica literária sempre foi avulsa e aperiódica, incontumaz e não militante. Para piorar a situação, se emprenhou de compadrio, sendo raro o reconhecimento do valor estético da obra de um autor nos textos críticos de alguém a cuja confraria, igreja ou panela o coitado não pertença, o que se dá, infelizmente, até nas formulações do melhor crítico que hoje o Piauí possui, o ensaísta Ranieri Ribas, apesar da sua linguagem empolada e impenetrável. Ademais, sublinhe-se que qualquer crítica, mesmo fundamentada e exclusivamente dirigida à obra, mas que saliente elementos negativos, provoca no criticado uma reação costumeiramente irada, habitus que afasta da militância desse gênero de prosa até os mais preparados para exercê-lo.
Ponha-se também esse débito de uma crítica literária teoricamente capacitada no passivo do Curso de Letras da Universidade Federal do Piauí, cujo cinqüentenário de instalação no Estado ocorrerá no próximo ano. Ora, chega a estarrecer, ressalvadas as exceções de praxe, que professores de literatura brasileira desse Curso tenham feito e façam dissertações de mestrado e teses de doutoramento sobre autores não-piauienses, muitos com fortunas críticas já avantajadas, num franco descompromisso com a realidade local, a que a Universidade deveria estar umbilicalmente ligada.
Não se trata de obrigar a quem quer que seja a escrever sobre fatos literários locais, mas é lamentável a inexistência, em Letras da Ufpi, de uma DIRETRIZ BÁSICA de pesquisa que INCENTIVE à OPÇÃO POLÍTICA pela realização de estudos que enfrentem os problemas da realidade piauiense. Do jeito que é, a depender unicamente da vontade pessoal, pode-se dissertar até sobre a cor branca na obra de um, digamos, simbolista catarinense, olvidando-se, talvez por ignorância, a poética de um Jonas da Silva. Frise-se, também com exceções de praxe à parte, que o Mestrado Acadêmico em Letras do CCHL da UFPI parece seguir pela mesma trilha, embora, a exemplo da Uespi, com menos desvios temáticos.
Um mineiro dedicará tempo e dinheiro público ao estudo de um autor piauiense? Aqui, porém, nos damos o LUXO de gastar dinheiro público e tempo com autores mineiros. Um gaúcho, então, o fará? Ou um carioca? É claro, pelo menos em regra, que não. Enquanto isso estão aí, à espera de abordagens medianamente categorizadas, poetas como Paulo Machado, cronistas como Cineas Santos, contistas como Carlos Castelo Branco, romancistas como Esdras do Nascimento, dramaturgos como Gomes Campos. Com todo esse MANANCIAL, o que justifica dispender energias com o estudo, por exemplo, de um escritor paranaense? Não se trata, como decerto entenderão os contumazes provocadores de equívocos, de miopia analítica ou mero bairrismo, mas da VINCULAÇÃO NECESSÁRIA da Universidade Federal do PIAUÍ à realidade em que está inserida.
É óbvio que, no dia em que nossos escritores mais significativos estiverem com FORTUNAS CRÍTICAS MINIMAMENTE ASSENTADAS (no caso do nosso magnífico Poeta Ecumênico, contribui agora para isso o recém-editado e excelente ensaio do professor João Kennedy Eugênio, Os Sinais do Tempos: intertextualidade e crítica da civilização em H. Dobal), nesse dia então é claro que podemos serenamente nos dar o luxo de empenhar energia, tempo e dinheiro público no estudo de autores, nem sempre relevantes, de além-Piauí, como por exemplo o antivanguardista atávico Affonso Romano de Sant´Anna, que não alcança, marketing à parte, o valor estético de um cronista e poeta como o oeirense Rogério Newton (a propósito, leiam, de Rogério Newton, “Ruínas da Memória“, 1994, “Pescadores da Tribo”, 2001, “Último Hound”, 2003, e “Conversa Escrita n´Água”, 2006).
Até! 


* Artigo publicado no Diário do Povo, caderno Galeria, seção Cultura, pág. 18, da edição de 2007, maio, 29, e veiculado no site Usina de Letras.

LITERATURA BRASILEIRA DE AUTORES PIAUIENSES: uma definição necessária *


Por Airton Sampaio


Admito que por longo tempo utilizei, equivocadamente, as denominações Literatura Brasileira de Expressão Piauiense e Geração Pós-69. Hoje tenho como adequadas as nominações GERAÇÃO DE 1970, esta assim corretamente chamada por José Pereira Bezerra e Adrião Neto, e LITERATURA BRASILEIRA DE AUTORES PIAUIENSES, esta acertadamente assim designada no currículo do Curso de Letras da Universidade Federal do Piauí. É que enfim me dei conta da impossibilidade de definir-se o que seja “expressão piauiense” (livros como o interessante Grande Enciclopédia Internacional de Piauiês, de Paulo José Cunha, podem até ser alardeados nesse sentido, jamais porém servirão a isso) e, ao contrário, consciência também tomei da plausabilidade de se dizer, de modo não raro objetivo, o que é um Autor Piauiense (o que, no caso de naturalidade, por exemplo, é de uma obviedade ululante).
((A denominação Geração Pós-69 só tinha algum significado para se dizer, ainda que não adequadamente, de um conjunto de atores culturais impactados principalmente por dois profundos eventos históricos: a chegada do homem à Lua, em 20 de julho de 1968, responsável pela mudança de muitos paradigmas, e a edição, pelo governo militar, do AI-5, em 13 de dezembro do mesmo ano, início formal, que fato já o era, da hiper-repressão política no Brasil, consolidadora da escuridão democrática que desde 1964 grassava neste ainda hoje “país do futuro”. No entanto, como uma crítica ácida que foi, no plano estético, do academicismo, na dimensão comportamental, da caretice, e na esfera política, de todos os governos, a Geração Pós-69 só poderia ainda assim ser chamada, com certa condescendência, em razão de sua fundamental atitude comportamental freqüentemente anárquica, de sua histórica contestação às Academias de Letras (no Piauí, Alcenor Candeira Filho desferiu-lhe um covarde primeiro golpe ao entrar para a APL, deslumbrado com a “imortalidade” por ela “conferida”) e às suas diatribes à ditadura militar e demais governos civis a ela sucedâneos (Sarney, Itamar, Collor, FHC) se não tivesse caído, como vergonhosamente caiu (eis o segundo não menos covarde golpe), nos braços nada éticos e pouco realizadores dos governos do PT de Lula lá e W. Dias cá, cujos projetos de perpetuação no poder, a fim de exercer o poder pelo poder, baseiam-se em ações eleitoreiro-assistencialistas (Fome Zero, Bolsa-Família, etc) raivosamente atacadas pelo petismo quando pelos outros praticadas.))
Literatura Brasileira de Autores Piauienses? Ora, LITERATURA BRASILEIRA DE AUTORES PIAUIENSES é um conjunto assistêmico (no plano local, as estéticas clássica, barroca e árcade, no século 19) e sistêmico (idem, as estéticas romântica, realista/naturalista/ parnasiana e simbolista, nos séculos 19 e 20, pré-modernista e modernista, no 20 e 21, e pós-moderna, no 21) de obras eminentemente literárias cujos autores exibem o(s) vínculo(s) de NATURALIDADE (por exemplo, Permínio Asfora, que nasceu aqui porém se radicou na Paraíba e em Pernambuco, Mario Faustino, no Pará e Rio de Janeiro, Esdras do Nascimento, no Rio de Janeiro, etc), Não-naturalidade mas MILITÂNCIA LITERÁRIA NO PIAUÍ (casos de Hardi Filho, um cearense, Rubervam du Nascimento, um maranhense, Jamerson Lemos, um pernambucano, etc) e Não-naturalidade e não-militância literária mas EMPATIA TEMÁTICA COMO O PIAUÍ (caso de Odylo Costa, filho,um maranhense --- vide “Histórias da Beira do Rio”). Daí que a tradicional nominação Literatura Piauiense, apesar da vantagem da síntese, traz o grande demérito de descontextualizar a literatura feita no ou para o Piauí da Literatura brasileira, de que é, na verdade, uma de suas manifestações específicas, devendo, pois, ter seu uso questionado.
Destarte, qualquer que seja o autor de obra eminentemente literária --- assim considerada aquela que se caracteriza pela predominância da FICCIONALIDADE e ESTILIZAÇÃO DA LINGUAGEM --- que cumpra o vínculo de Naturalidade ou, mesmo não o cumprindo, faça-o em relação a um ou outro dos demais (Não-naturalidade mas Militância Literária no Piauí ou Não-naturalidade e não militância literária mas Empatia Temática com o Piauí), integra o que se pode singularmente denominar Literatura Brasileira de Autores Piauienses. Como se vê, apenas o terceiro vínculo padece de maior subjetividade avaliativa, o que não se dá com o primeiro, totalmente objetivo, nem com o segundo, pouco subjetivo.
Até! 


* Artigo publicado no Diário do Povo, caderno Galeria, seção Cultura, pág. 18, da edição de 2007, março, 15, e veiculado no site Usina de Letras.