CADÊ?

outubro 31, 2009

Para onde vamos?

236_1653-PossedeLulaAlanFoto: Alan Marques

Fernando Henrique Cardoso, a cada primeiro domingo do mês, publica um artigo em diversos jornais do país. Quase sempre, lembra Josias de Souza, foge a temas da pauta nacional. O ex-presidente, no de amanhã, é bem verde e amarelo. Ei-lo, extraído da site do Zero Hora:

A enxurrada de decisões governamentais esdrúxulas, frases presidenciais aparentemente sem sentido e muita propaganda talvez levem as pessoas de bom senso a se perguntarem: afinal, para onde vamos? Coloco o advérbio “talvez” porque alguns estão de tal modo inebriados com “o maior espetáculo da terra”, de riqueza fácil que beneficia a poucos, que tenho dúvidas. Parece mais confortável fazer de conta que tudo vai bem e esquecer as transgressões cotidianas, o discricionarismo das decisões, o atropelo, se não da lei, dos bons costumes. Tornou-se habitual dizer que o governo Lula deu continuidade ao que de bom foi feito pelo governo anterior e ainda por cima melhorou muita coisa. Então, por que e para que questionar os pequenos desvios de conduta ou pequenos arranhões na lei?
Só que cada pequena transgressão, cada desvio, vai se acumulando até desfigurar o original. Como dizia o famoso príncipe tresloucado, nesta loucura há método. Método que provavelmente não advenha do nosso Príncipe, apenas vítima, quem sabe, de apoteose verbal. Mas tudo o que o cerca possui um DNA que, mesmo sem conspiração alguma, pode levar o país, devagarinho, quase sem que se perceba, a moldar-se a um estilo de política e a uma forma de relacionamento entre Estado, economia e sociedade, que pouco têm a ver com nossos ideais democráticos.
É possível escolher ao acaso os exemplos de “pequenos assassinatos”. Por que fazer o Congresso engolir, sem tempo para respirar, uma mudança na legislação do petróleo mal explicada, mal ajambrada? Mudança que nem sequer pode ser apresentada como uma bandeira “nacionalista”, pois se o sistema atual, de concessões, fosse “entreguista” deveria ter sido banido, e não foi. Apenas se juntou a ele o sistema de partilha, sujeito a três ou quatro instâncias político-burocráticas para dificultar a vida dos empresários e cevar os facilitadores de negócios na máquina pública. Por que anunciar quem venceu a concorrência para a compra de aviões militares se o processo de seleção não terminou? Por que tanto ruído e tanta ingerência governamental em uma companhia (a Vale) que, se não é totalmente privada, possui capital misto regido pelo estatuto das empresas privadas? Por que antecipar a campanha eleitoral e, sem qualquer pudor, passear pelo Brasil às custas do Tesouro (tirando dinheiro do seu, do meu, do nosso bolso...) exibindo uma candidata claudicante? Por que, na política externa, esquecer-se de que no Irã há forças democráticas, muçulmanas inclusive, que lutam contra Ahmadinejad e fazer mesuras a quem não se preocupa com a paz ou os direitos humanos?
Pouco a pouco, por trás do que podem parecer gestos isolados e nem tão graves assim, o DNA do “autoritarismo popular” vai minando o espírito da democracia constitucional. Essa supõe regras, informação, participação, representação e deliberação consciente. Na contramão disso tudo, vamos regressando a formas políticas do tempo do autoritarismo militar, quando os “projetos de impacto” (alguns dos quais viraram “esqueletos”, quer dizer obras que deixaram penduradas no Tesouro dívidas impagáveis) animavam as empreiteiras e inflavam os corações dos ilusos: “Brasil, ame-o ou deixe-o”. Em pauta, temos a transnordestina, o trem-bala, a Norte-Sul, a transposição do São Francisco e as centenas de pequenas obras do PAC, que, boas algumas, outras nem tanto, jorram aos borbotões no orçamento e minguam pela falta de competência operacional ou por desvios barrados pelo TCU. Não importa: no alarido da publicidade, é como se o povo já fruísse os benefícios: “Minha casa, minha vida”; biodiesel de mamona, redenção da agricultura familiar; etanol para o mundo e, na voragem de novos slogans, pré-sal para todos.
Diferentemente do que ocorria com o autoritarismo militar, o atual não põe ninguém na cadeia. Mas da própria boca presidencial saem impropérios para matar moralmente empresários, políticos, jornalistas ou quem quer que seja que ouse discordar do estilo “Brasil potência”. Até mesmo a apologia da bomba atômica como instrumento para que cheguemos ao Conselho de Segurança da ONU – contra a letra expressa da Constituição – vez por outra é defendida por altos funcionários, sem que se pergunte à cidadania qual o melhor rumo para o Brasil. Até porque o presidente já declarou que em matéria de objetivos estratégicos (como a compra dos caças) ele resolve sozinho. Pena que tivesse se esquecido de acrescentar “l’État c’est moi”. Mas não esqueceu de dar as razões que o levaram a tal decisão estratégica: viu que havia piratas na Somália e, portanto, precisamos de aviões de caça para defender “nosso pré-sal”. Está bem, tudo muito lógico.
Pode ser grave, mas, dirão os realistas, o tempo passa e o que fica são os resultados. Entre estes, contudo, há alguns preocupantes. Se há lógica nos despautérios, ela é uma só: a do poder sem limites. Poder presidencial com aplausos do povo, como em toda boa situação autoritária, e poder burocrático-corporativo, sem graça alguma para o povo. Este último tem método. Estado e sindicatos, Estado e movimentos sociais estão cada vez mais fundidos nos altos-fornos do Tesouro. Os partidos estão desmoralizados. Foi no “dedaço” que Lula escolheu a candidata do PT à sucessão, como faziam os presidentes mexicanos nos tempos do predomínio do PRI. Devastados os partidos, se Dilma ganhar as eleições, sobrará um subperonismo (o lulismo) contagiando os dóceis fragmentos partidários, uma burocracia sindical aninhada no Estado e, como base do bloco de poder, a força dos fundos de pensão. Estes são “estrelas novas”. Surgiram no firmamento, mudaram de trajetória e nossos vorazes mas ingênuos capitalistas recebem deles o abraço da morte. Com uma ajudinha do BNDES, então, tudo fica perfeito: temos a aliança entre o Estado, os sindicatos, os fundos de pensão e os felizardos de grandes empresas que a eles se associam.
Ora dirão (já que falei de estrelas), os fundos de pensão constituem a mola da economia moderna. É certo. Só que os nossos pertencem a funcionários de empresas públicas. Ora, nessas, o PT, que já dominava a representação dos empregados, domina agora a dos empregadores (governo). Com isso, os fundos se tornaram instrumentos de poder político, não propriamente de um partido, mas do segmento sindical-corporativo que o domina. No Brasil, os fundos de pensão não são apenas acionistas – com a liberdade de vender e comprar em bolsas – mas gestores: participam dos blocos de controle ou dos conselhos de empresas privadas ou “privatizadas”. Partidos fracos, sindicatos fortes, fundos de pensão convergindo com os interesses de um partido no governo e para eles atraindo sócios privados privilegiados, eis o bloco sobre o qual o subperonismo lulista se sustentará no futuro, se ganhar as eleições. Comecei com para onde vamos? Termino dizendo que é mais do que tempo de dar um basta ao continuísmo antes que seja tarde.

outubro 27, 2009

Siglas… e cifrões

922448_not_fot Charge: Clayton

Caça-níqueis?

Barretao Foto: André Miranda - O Globo

Clark Little

onda1 Ele é estadunidense, e o autor das fotos que ilustram esta postagem. Segundo registros na internet, Clark Little começou a fotograr ondas depois que a sua mulher quis ter uma foto para decorar a casa do casal, no Havaí. E aí resolveu viver de fotografias.
onda2 Se se interessar pelo trabalho de Clark Little, acesse o seu site. Lá você pode, inclusive, comprando imagens belíssimas, contribuir com o pagamento das contas do fotógrafo.
onda3

outubro 16, 2009

Arctic Monkeys


O Arctic Monkeys lançará em novembro, 16, o seu terceiro disco: Humbug.  O vídeo acima, de canção que integra o novo álbum, com direção de Richard  Ayaode, foi divulgado hoje.

Fernanda Montenegro: 80 anos


Luiz Nassif e IG condenados a indenizar jornalista




O Consultor Jurídico, em matéria assinada por Lilian Matsuura, veiculou, na terça-feira, 14, que o jornalista Luis Nassif e o portal IG foram condenados a pagar, solidariamente, 100 salários mínimos ao jornalista Mario Sabino, redator-chefe da revista Veja, a título de indenização por danos morais. A ação foi movida em face de vários artigos escritos e publicados pelo jornalista em seu blog, em que criticava a atuação de Mario Sabino no hebdomadário.
Leia mais, inclusive a sentença do juiz Vitor Frederico Kümpel, clicando aqui.

outubro 14, 2009

Susan Boyle


Esta é capa do primeiro disco de Susan Boyle. O disco, com o título de I Dreamed A Dream, será lançado no dia 24 de novembro. Estão sendo destacadas, entre  as 11 músicas  do álbum, Wild Horses, do Rolling Stones, e I Dream a Dream, do musical Les Miseràbles.

outubro 13, 2009

Visite

cats Um que tenha, hospedado no Blogger, sucumbiu às gravadoras. Mas a proposta de disponibilizar o melhor da música (quase sempre brasileira) continua… em domínio próprio. Vale a visita. Asseguro.

Revisão

airton_revisitando Foto: M. de Moura Filho

 

Clique na imagem para visitar a postagem no blog do autor.

Visite

cats

outubro 10, 2009

Émile Zola

129_826-emile zola Pintura: Édouard Manet

Sem palavras

chargedodia-1

Charge: Ique

Validuaté: alegria girar

 Capa  Alegria girar (2009), produzido por Bumba Records e pela própria Validuaté, é o segundo CD da banda piauiense.  Da direção de arte - de Babu Sousa - à fotografia - de André Leão – até as intervenções de Ferreira Gullar, Lirinha, Isaac Bardavid e Zéu Britto, passando por um repertório de boa qualidade, sob a responsabilidade de Quaresma (voz, vocais, viola, gaita e escaleta); Thiago E (voz, vocais, cavaquinho e pandeiro); Vazin (vocais, guitarras e violão nylon), Júnior (vocais e guitarras); Wagner Costa (vocais e baixo); e John Well (bateria), o CD bem que poderia ser encontrado, pelo menos, em qualquer lugar do país. As letras, quase sempre a cargo de Thiago E e Quaresma, diferenciam o Validuaté de outras bandas locais.
Destaco O Hermeto e o Gullar, Eu só quero acabar com você, Plaina Maravalha, Não quero te agredir, A lenda do peixe francês, Bruta  como antigamente e Alegria girar.
Sinto muito pelo restante do país.

outubro 09, 2009

Gravadora de Amy Winehouse pretende lançar novo álbum em 2010*

amy_winehouse_01 Foto de autoria não identificada.

Depois de um ano cheio de incertezas na carreira de Amy Winehouse, os diretores da Island estão cheios de esperança para 2010. Darcus Beese, co-presidente da gravadora, disse ao site da BBC que o próximo disco da cantora deve sair no ano que vem. - Já ouvi algumas demos e elas me deixaram atordoado. Se tudo der certo, teremos seu próximo disco no ano que vem - afirmou.
Atualmente, Amy tem dedicado seu tempo ao disco de estreia de sua afilhada, Dionne Blomfield. 'Introducing Dionne Blomfield', lançado pelo seu próprio selo, será lançado na segunda-feira.
O último disco de Amy Winehouse, 'Back to Black', foi lançado em 2006.
* Matéria extraída do site JB Online.

Margaridas vermelhas*


Por J. L. Rocha do Nascimento

Vim assim que soube. Amigo de infância. Logo que cheguei, aquele constrangimento. Aproximei-me para vê-lo mais de perto. Fui interrompido por um acesso de tosse. Não conseguia parar. Meus olhos lacrimejavam, faltou-me o fôlego. Passada a crise, percebi que as velhas senhoras tinham parado de rezar o terço. À minha volta, todos me olhavam fixamente, com ar de censura ou de advertência. Ou era de comiseração? Não esperei a resposta. Sai dali imediatamente. De fininho e envergonhado. E adivinha o que estou fazendo agora, aqui do lado de fora que está mais ventilado e de onde a muito custo posso identificar a quantas trezenas vão de ave-marias? Prometeu parar. Eu também, diversas vezes. O máximo que consegui, numa delas, três meses. Por esse tempo eu ficava, como se costuma dizer, fumando nas calças. Carcinoma bronco-pulmonar. Quando soube, para melhorar a estima, ainda quis fumar um, o infeliz. Na manhã de hoje, quando acordou, contou-me sua mulher, estranhamente não sofreu. Olhou pro firmamento e fez um comentário. Nesse momento algumas nuvens tingiam de negro o azul do céu. Preferia não saber, foram suas últimas palavras.
Foi por causa dele que comecei, ainda no ginasial. Por pouco não me livrei. Tinha dificuldade, engolia muita fumaça. Ele insistiu e o fez com um argumento infalível. Ajuda a conquistar uma garota. Quando a gente está sem assunto. Serve pra quebrar o gelo, distrair. Enquanto traga, vai pensando no que falar.
Mas minha paixão inicial foi mesmo pelas embalagens. Quando criança, lá pelos oito ou dez, tinha um vizinho que gostava de Minister. Feito para o homem que sabe o que quer. Certa vez ele me deu um maço vazio. Comecei minha coleção. A gente transformava em notas. Isso depois de um cuidadoso trabalho. O jogo era desfazer a embalagem sem rasgar ou danificar. Primeiro descolava. Depois dobrava as laterais em direção à parte interna, mais ao menos na largura do dedo mindinho. Em seguida, com o polegar, e a mesma paciência de mãe ao passar a camisa de cambraia de pai, pressionava em ambos os lados para vincar bem. Ao final, dobrava ao meio, como se faz com as cédulas. Na bolsa de apostas entre os meninos da rua, Minister valia mais que Hollywood, cinco vezes uma Continental com filtro. A de menor valor era a do Gaivota. Índice de rejeição altíssimo, porque era o mais barato àquela época e não tinha filtro. A mais rara e valiosa era a carteira de Cônsul, mentolado e meio doce, um pouco enjoativo. Tinha uma vantagem. Bom para namorar, falar de perto, diziam os acima de meu tope. E era mesmo. Antes de conhecer, quando eu queria beijar, depois de umas tragadas, eu sempre chupava bombons piper. Com o Cônsul não havia com que se preocupar, podia beijar sem medo.

0,,20383996-FMM,00 Saudades daquele tempo, quando tudo era muito inocente e romântico. Assim como no cinema. Filme em preto em branco tinha que ter fumaça. Sem um entre os dedos nunca haveria uma mulher como Gilda. E nem como Rita. E aquele olhar oblíquo, impetuoso, defemme fatale da Lauren Bacall pro Bogart? O instante entre o riscar e o acender. Impagável. Nunca esqueci.
bogart_bacall_to_have_and_have_not Os tempos são outros. Não existe mais aquele glamour. A cada dia o cerco se fecha ainda mais. Pra onde você se vira tem uma placa de espaço livre. Tem dias que eu me sinto como um cão vira-lata, ninguém quer por perto. Acho que ele também se sentia assim. Pertencemos a uma raça em extinção. Eu e o cinzeiro. Outro dia, numa festinha, rodei a casa toda à procura de um. Não encontrei. Tive que me virar com um copo descartável.
Quanto à tosse? Está sob controle. Não sou do tipo que é facilmente surpreendido. Não dou moleza pro azar. Faço visitas regulares aos médicos. Já a investigaram. Enfisema intersticial, uma bobagem. É certo – e esse detalhe eu omiti – que às vezes vem acompanhada de alguns coágulos avermelhados. Minha mulher diz que são de sangue. Eu digo que são margaridas que meu organismo não consegue digerir e são expulsas. É a palavra dela contra a minha. E enquanto isso, pra organizar as idéias, vou fumando. Enquanto ainda é permitido fazê-lo em alto-mar.



* Conto extraído do Confraria Tarântula.

O cara

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Arte: Shepard Fairey
A academia sueca anunciou, hoje, 9, o vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2009: Barack Obama, presidente estadunidense.

outubro 08, 2009

Sem zebras, parque em Gaza pinta burros com listras*

Em janeiro deste ano, os conflitos entre israelenses e palestinos na faixa de Gaza fizeram vítimas também no zoológico local.

Duas zebras morreram de fome devido à escassez de comida e outros itens básicos para a população. Sem animais da espécie para apresentar ao público, o parque Marah Land, na Cidade de Gaza, resolveu então improvisar. Um par de burros foi pintado para simular as zebras.

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Foto: Hatem Moussa/AP

O objetivo do zoológico é, com os animais "camuflados", atrair mais pessoas ao local, que atualmente recebe poucos visitantes.


* Matéria extraída hoje da
Folha Online. A foto foi de lá também retirada.

A postagem é uma contribuição às abrobrinhas que são publicadas em blogs, inclusive muitas vezes neste, contrariando pessoas sérias.

Programe-se

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Do 1º Festival Nacional de Teatro – Pontos de Cultura e da XXIII Mostra Estadual de Teatro, sediados em Floriano, participarão trinta grupos de teatro. Oficinas, palestras e mesas de debate acontecerão no período.
Maiores informações:
www.escalet.com.br, grupoescalet@yahoo.com.br, ou pelos telefones (89) 3522-0804 e 9978-6996.

Sem palavras

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Charge: Paixão

Nobel de Literatura 2009

herta_apFoto: Jens Meyer/AP 

Herta Müller, escritora naturalizada alemã, nascida na Romênia, anunciou a academia sueca, nesta quinta-feira, 8, ganhou o Prêmio Nobel de Literatura 2009, agregando à sua conta, em dezembro, 10, por conta dessa proeza, US$ 1,4 milhão. A premiação de Herta Müller foi uma surpresa: os especialistas apostavam no israelense Amós Oz, seguido da argelina Assia Djebar e da americana Joyce Carol Oates.

A laureada tem apenas um livro publicado no Brasil: O Compromisso. Certamente, com esse Prêmio, novos títulos circularão por aqui.

Como é que é?

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 NOTA PÚBLICA

Mais uma vez mídia e ruralistas investem contra o MST

A Coordenação Nacional da CPT vem a público para manifestar sua estranheza diante do “requentamento” por toda a grande mídia de um fato ocorrido na segunda feira da semana passada, 28 de setembro, e que foi noticiado naquela ocasião, mas que voltou com maior destaque, uma semana depois, a partir do dia 5 de outubro até hoje.

Trata-se do seguinte: no dia 28 de setembro, integrantes do MST ocuparam a Fazenda Capim, que abrange os municípios de Iaras, Lençóis Paulista e Borebi, região central do estado de São Paulo. A área faz parte do chamado Núcleo Monções, um complexo de 30 mil hectares divididos em várias fazendas e que pertencem à União. A fazenda Capim, com mais de 2,7 mil hectares, foi grilada pela Sucocítrico Cutrale, uma das maiores empresas produtora de suco de laranja do mundo, para a monocultura de laranja. O MST destruiu dois hectares de laranjeiras para neles plantar alimentos básicos. A ação tinha por objetivo chamar a atenção para o fato de uma terra pública ter sido grilada por uma grande empresa e pressionar o judiciário, já que, há anos, o Incra entrou com ação para ser imitido na posse destas terras que são da União.

As primeiras ocupações na região aconteceram em 1995. Passados mais de 10 anos, algumas áreas foram arrecadadas e hoje são assentamentos. A maioria das terras, porém, ainda está nas mãos de grandes grupos econômicos. A Cutrale instalou-se há poucos anos, 4 ou 5 mais ou menos. Sabia que as terras eram griladas, mas esperava, porém, que houvesse regularização fundiária a seu favor.

As imagens da televisão, feitas de helicóptero, mostram um trator destruindo as plantas. As reações, depois da notícia ser novamente colocada em pauta, vieram inclusive de pessoas do governo, mas, sobretudo, de membros da bancada ruralista que acusam o movimento de criminoso e terrorista.

A quem interessa a repetição da notícia, uma semana depois?

No mesmo dia da ação dos sem-terra foi entregue aos presidentes do Senado e da Câmara, um Manifesto, assinado por mais de 4.000 pessoas, entre as quais muitas personalidades nacionais e internacionais, declarando seu apoio ao MST, diante da tentativa de instalação de uma CPMI para investigar os repasses de recursos públicos a entidades ligadas ao Movimento. Logo no dia 30, foi lido em plenário o requerimento para sua instalação, que acabou frustrada porque mais de 40 deputados retiraram seu nome e com isso não atingiu o número regimental necessário. A bancada ruralista se enfureceu.

A ação do MST do dia 28, que ao ser divulgada pela primeira vez não provocara muita reação, poderia dar a munição necessária para novamente se propor uma CPI contra o MST. E numa ação articulada entre os interesses da grande mídia, da bancada ruralista do Congresso e dos defensores do agronegócio, se lançaram novamente as imagens da ocupação da fazenda da Cutrale.

A ação do MST, por mais radical que possa parecer, escancara aos olhos da nação a realidade brasileira. Enquanto milhares de famílias sem terra continuam acampadas Brasil afora, grandes empresas praticam a grilagem e ainda conseguem a cobertura do poder público.

Algumas perguntam martelam nossa consciência:

Por que a imprensa não dá destaque à grilagem da Cutrale?

Por que a bancada ruralista se empenha tanto em querer destruir os movimentos dos trabalhadores rurais? Por que não se propõe uma grande investigação parlamentar sobre os recursos repassados às entidades do agronegócio, ao perdão rotineiro das dívidas dos grandes produtores que não honram seus compromissos com as instituições financeiras?

Por que a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), declarou, nas eleições ao Senado em 2006, o valor de menos de oito reais o hectare de uma área de sua propriedade em Campos Lindos, Tocantins? Por que por um lado, o agronegócio alardeia os ganhos de produtividade no campo, o que é uma realidade, e se opõe com unhas e dentes á atualização dos índices de produtividade? Por que a PEC 438, que propõe o confisco de terras onde for flagrado o trabalho escravo nunca é votada? E por fim, por que o presidente Lula que em agosto prometeu em 15 dias assinar a portaria com os novos índices de produtividade, até agora, mais de um mês e meio depois, não o fez?

São perguntas que a Coordenação Nacional da CPT gostaria de ver respondidas.

Goiânia, 7 de outubro de 2009.

Coordenação Nacional da CPT

 

* Veiculado no site Comissão Pastoral da Terra.

outubro 02, 2009

Aquela tarde de domingo não foi esquecida…

Do blog Bravo!, de Willian Tito:

“O presidente do Sindicato dos Escritores no Piauí, Kenard Kruel, convida filiados e simpatizantes para almoço. O evento líterogastronômico acontece no dia do Piauí, 19 de Outubro.

O regabofe literário objetiva confraternizar, prestar contas da gestão e anunciar as regras e data da próxima eleição. O pleito está previsto para o dia 25 de julho de 2010 (Dia do Escritor). O presidente comunica que a entidade encontra-se legalizada, inclusive com CNPJ.

O almoço será no restaurante Nova Brisa, avenida Kennedy. A adesão custa R$ 50,00 (contando com familiares dos adesistas). Maiores informações: 86 8817 1179.”

DSC_0083 Foto: M. de Moura Filho

Assim, definitivamente, o Kruel não quer nenhum dos Tarântulas por perto. Não, não quer.

Sede da Olimpíada de 2016

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