CADÊ?

setembro 30, 2010

Partiu pra briga*

Charge: Frank
Charge veiculada no Xinelão Studio do Frank, lá veiculada ontem.

Maria Bethânia vota em Marina Silva

Clique aqui e acesse o blog.
Dálcio é um craque, e, principalmente, como caricaturista. Quis eu obter do artista autorização para veiculá-las neste blog. A tentativa, até agora, foi infrutífera. De sorte que, até agora, resta-me, diretamente aconselhá-lhes a visitar o blog do artista.

setembro 28, 2010

Passagem: Sally Menke

Foto de autoria não identificada.

Clique aqui e saiba mais sobre a morte da editora, parceira de Quentin Tarantino desde Cães de Aluguel.

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Onda verde

Clique aqui e leia o artigo.

De grande cavalgadura o raciocínio de que se vota em Marina Silva para favorecer ao José Serra. Ora, tem razão a jornalista Ateneia Feijó ao afirmar que tal raciocínio é, sim, preconceituoso. O texto da jornalista está hospedado no Blog do Noblat.

Dilma cai*

Charge: Nani

* Post veiculado hoje no Nani Humor, de onde foi extraído.

Daniel Fraga vota em Marina Silva

Passagem: Heli da Rocha Nunes

setembro 27, 2010

Na onda

O Brasil não é a Venezuela!

O Brasil acolheu, na semana passada, manifestações acerca das liberdades de imprensa e de expressão. O mote foi a irritação do presidente Lula com as denúncias de supostas malfeitorias em seu governo veiculadas em órgãos de comunicação. Duas das manifestações tiveram um certo ar surrealista: a que pugnava pela restrição da liberdade de imprensa deu no Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo; e a que se rebelava ao rompante presidencial, defendendo tal liberdade, deu-se no Clube Militar, no Rio de Janeiro. Lançou-se, ainda, por um grupo de notáveis, o Manifesto em Defesa da Democracia - clique aqui para assiná-lo. O Estado de São Paulo, o Folha de São Paulo e O Globo publicaram editoriais a respeito. O primeiro, fazendo história, declarou apóio à candidatura de José Serra.
Do Extra veio a mais criativa crítica à postura do Presidente Lula. Deu-se na edição de sexta-feira, 24. A ideia da capa foi luminosa. Como uma carta de baralho, em um sentido, o elogio, seguido de  “Essa é a manchete para quem acha que o papel da imprensa é bajular os donos do poder e, por isso, deve publicar apenas notícias positivas do governo. Denúncias de falcatruas são um abuso, uma forma de conspiração”.


Virando a capa, a reprimenda, seguida de “Essa é a manchete para os que acham que o dever da imprensa é fiscalizar os atos de qualquer governo, denunciando os desvios e lembrando aos donos do poder que eles não estão acima do bem e do mal”.



setembro 26, 2010

Outro bom resultado

Na mosca

Charge: Frank

Charge extraída do Xinelão Studio do Frank, hoje lá veiculada.

Um homem em evidência

Foto: Bill Clarck

Editorial na primeira página



Todo poder tem limite

Os altos índices de aprovação popular do presidente Lula não são fortuitos. Refletem o ambiente internacional favorável aos países em desenvolvimento, apesar da crise que atinge o mundo desenvolvido. Refletem,em especial, os acertos do atual chefe do Estado.
Lula teve o discernimento de manter a política econômica sensata de seu antecessor. Seu governo conduziu à retomada do crescimento e ampliou uma antes incipiente política de transferências de renda aos estratos sociais mais carentes.A desigualdade social, ainda imensa, começa a se reduzir. Ninguém lhe contesta seriamente esses méritos.
Nem por isso seu governo pode julgar-se acima de críticas.O direito de inquirir,duvidar e divergir da autoridade pública é o cerne da democracia, que não se resume apenas à preponderância da vontade da maioria.
Vai longe, aliás, o tempo em que não se respeitavam maiorias no Brasil. As eleições são livres e diretas, as apurações, confiáveis -e ninguém questiona que o vencedor toma posse e governa.
Se existe risco à vista, é de enfraquecimento do sistema de freios e contrapesos que protege as liberdades públicas e o direito ao dissenso quando se formam ondas eleitorais avassaladoras, ainda que passageiras. Nesses períodos, é a imprensa independente quem emite o primeiro alarme, não sendo outro o motivo do nervosismo presidencial em relação a jornais e revistas nesta altura da campanha eleitoral.
Pois foi a imprensa quem revelou ao país que uma agência da Receita Federal plantada no berço político do PT, no ABC paulista, fora convertida em órgão de espionagem clandestina contra adversários.
Foi a imprensa quem mostrou que o principal gabinete do governo, a assessoria imediata de Lula e de sua candidata Dilma Rousseff, estava minado por espantosa infiltração de interesses particulares. É de calcular o grau de desleixo para com o dinheiro e os direitos do contribuinte ao longo da vasta extensão do Estado federal.
Esta Folha procura manter uma orientação de independência, pluralidade e apartidarismo editoriais, o que redunda em questionamentos incisivos durante períodos de polarização eleitoral.
Quem acompanha a trajetória do jornal sabe o quanto essa mesma orientação foi incômoda ao governo tucano. Basta lembrar que Fernando Henrique Cardoso,na entrevista em que se despediu da Presidência, acusou a Folha de haver tentado insuflar seu impeachment.
Lula e a candidata oficial têm-se limitado até aqui a vituperar a imprensa, exercendo seu próprio direito à livre expressão, embora em termos incompatíveis com a serenidade requerida no exercício do cargo que pretendem intercambiar.
Fiquem ambos advertidos, porém, de que tais bravatas somente redobram a confiança na utilidade pública do jornalismo livre. Fiquem advertidos de que tentativas de controle da imprensa serão repudiadas -e qualquer governo terá de violar cláusulas pétreas da Constituição na aventura temerária de implantá-lo.

Artistas apóiam Marina Silva

Charge do dia*


Charge: Lute


* Post extraído do Blog do Lute, lá veiculado hoje. A charge foi veiculada também no Hoje em Dia.

Faz sentido

Foto de autoria não identificada

Reclame

O mal a evitar: um editorial histórico







A acusação do presidente da República de que a Imprensa "se comporta como um partido político" é obviamente extensiva a este jornal. Lula, que tem o mau hábito de perder a compostura quando é contrariado, tem também todo o direito de não estar gostando da cobertura que o Estado, como quase todos os órgãos de imprensa, tem dado à escandalosa deterioração moral do governo que preside. E muito menos lhe serão agradáveis as opiniões sobre esse assunto diariamente manifestadas nesta página editorial. Mas ele está enganado. Há uma enorme diferença entre "se comportar como um partido político" e tomar partido numa disputa eleitoral em que estão em jogo valores essenciais ao aprimoramento se não à própria sobrevivência da democracia neste país.

Com todo o peso da responsabilidade à qual nunca se subtraiu em 135 anos de lutas, o Estado apoia a candidatura de José Serra à Presidência da República, e não apenas pelos méritos do candidato, por seu currículo exemplar de homem público e pelo que ele pode representar para a recondução do País ao desenvolvimento econômico e social pautado por valores éticos. O apoio deve-se também à convicção de que o candidato Serra é o que tem melhor possibilidade de evitar um grande mal para o País.
Efetivamente, não bastasse o embuste do "nunca antes", agora o dono do PT passou a investir pesado na empulhação de que a Imprensa denuncia a corrupção que degrada seu governo por motivos partidários. O presidente Lula tem, como se vê, outro mau hábito: julgar os outros por si. Quem age em função de interesse partidário é quem se transformou de presidente de todos os brasileiros em chefe de uma facção que tanto mais sectária se torna quanto mais se apaixona pelo poder. É quem é o responsável pela invenção de uma candidata para representá-lo no pleito presidencial e, se eleita, segurar o lugar do chefão e garantir o bem-estar da companheirada. É sobre essa perspectiva tão grave e ameaçadora que os eleitores precisam refletir. O que estará em jogo, no dia 3 de outubro, não é apenas a continuidade de um projeto de crescimento econômico com a distribuição de dividendos sociais. Isso todos os candidatos prometem e têm condições de fazer. O que o eleitor decidirá de mais importante é se deixará a máquina do Estado nas mãos de quem trata o governo e o seu partido como se fossem uma coisa só, submetendo o interesse coletivo aos interesses de sua facção.
Não precisava ser assim. Luiz Inácio Lula da Silva está chegando ao final de seus dois mandatos com níveis de popularidade sem precedentes, alavancados por realizações das quais ele e todos os brasileiros podem se orgulhar, tanto no prosseguimento e aceleração da ingente tarefa - iniciada nos governos de Itamar Franco e Fernando Henrique - de promover o desenvolvimento econômico quanto na ampliação dos programas que têm permitido a incorporação de milhões de brasileiros a condições materiais de vida minimamente compatíveis com as exigências da dignidade humana. Sob esses aspectos o Brasil evoluiu e é hoje, sem sombra de dúvida, um país melhor. Mas essa é uma obra incompleta. Pior, uma construção que se desenvolveu paralelamente a tentativas quase sempre bem-sucedidas de desconstrução de um edifício institucional democrático historicamente frágil no Brasil, mas indispensável para a consolidação, em qualquer parte, de qualquer processo de desenvolvimento de que o homem seja sujeito e não mero objeto.
Se a política é a arte de aliar meios a fins, Lula e seu entorno primam pela escolha dos piores meios para atingir seu fim precípuo: manter-se no poder. Para isso vale tudo: alianças espúrias, corrupção dos agentes políticos, tráfico de influência, mistificação e, inclusive, o solapamento das instituições sobre as quais repousa a democracia - a começar pelo Congresso. E o que dizer da postura nada edificante de um chefe de Estado que despreza a liturgia que sua investidura exige e se entrega descontroladamente ao desmando e à autoglorificação? Este é o "cara". Esta é a mentalidade que hipnotiza os brasileiros. Este é o grande mau exemplo que permite a qualquer um se perguntar: "Se ele pode ignorar as instituições e atropelar as leis, por que não eu?" Este é o mal a evitar.

Pra começo de semana


setembro 25, 2010

Visite

Clique na aqui e acesse, no Blog do Noblat,
artigo de Ruth de Aquino: A Marina do Dedo Verde.

Manifesto em Defesa da Democracia: assine-o



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Uma contratação discutível

Clique na imagem para ampliá-la.


A empresa Dinheiro Vivo Consultoria Ltda., que tem como sócio o jornalista Luis Nassif, foi contratada pela Empresa Brasil de Comunicação, sem submissão a certame licitatório, com suporte nos arts. 25, caput, da Lei de Licitações e Contratos, e 64, inciso III, do Decreto 6.505/2008.
O fato foi ao Estado de São Paulo, que aponta o jornalista como blogueiro crítico da mídia e integrante do Conselho Consultivo "do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, que integra a organização do protesto, intitulado 'Contra o Golpismo Midiático e em Defesa da Democracia". A EBC, segundo o jornal, informou que o jornalista foi contratado para prestar serviços de "entrevistador e comentarista" para o telejornal Repórter Brasil e o Programa 3 a 1, e a contratação assim se deu porque a legislação "prevê a dispensa de licitação para pessoas ou empresas de notória especialização".
Luís Nassif, em seu blog, imprimiu o que escrevera ao jornalista do Estadão, por e-mail. Defendera, em essência, a particularidade da contratação de jornalista, a sua notoriedade e especialização no jornalismo econômico, listando prêmios e indicações a prêmios. Reclamou que o jornalista, autor da matéria, sonegou a informação de que o seu contrato "de comentarista obedeceu às mesmas bases do Globonews com seus comentaristas e às mesmas e às mesmas bases do contrato" que manteve com o Canal Rural.
É discutível, a meu juízo, a inexigibilidade de licitação para contratação da empresa de Luis Nassif: a uma, porque o objeto do contrato - atuações no Repórter Brasil, com comentários e entrevistas, e no Programa 3 x 1 - não se enquadra em quaisquer dos serviços considerados técnicos profissionais especializados (art. 13, da Lei n.º 8.666/93); e a duas, porque, no caso, há, sim, viabilidade de competição; afinal, certamente que a Dinheiro Vivo Consultoria Ltda. não é a única empresa capaz de executar os serviços contratados, e tampouco o serviço disponibilizado à EBC se reveste de especialização tal que não se encontre no mercado. Com a palavra, a princípio, o Ministério Público e o Tribunal de Contas da União...
Por fim, dado ao alinhamento evidente de Luis Nassif com ações do governo federal, contratações sem submissão à licitação dá margem a se imaginar mero favorecimento.




Gisele Bündchen declara voto em Marina Silva

Um texto de Ferreira Gullar

"Quebra de sigilo e outras bossas são coisas nossas


É da natureza do PT - do ruim sindicalismo - valer-se de todo e qualquer meio para atingir seus objetivos



A SOCIEDADE brasileira assiste hoje à despudorada manipulação da opinião pública, que é a campanha de Dilma Rousseff para a Presidência da República. Até alguns petistas não conseguem esconder seu constrangimento diante dos escândalos que surgem a cada dia e, sobretudo, do descaramento com que, de Lula a Dutra, os petistas pretendem, mais uma vez, passar por vítimas, quando são de fato os vilões.
O PT não se cansa de jogar sujo. É de sua natureza sindicalista -do ruim sindicalismo- valer-se de todo e qualquer meio para atingir seus objetivos. E isso vai da falsificação dos fatos e a violação de sigilos fiscais à agressão física e a eliminação do inimigo, ainda que esse inimigo seja companheiro de partido.
É o caso, por exemplo, de Celso Daniel, então prefeito de Santo André, que foi assassinado, ao que tudo indica, por não compactuar com a corrupção dentro do partido. Lula e a alta cúpula petista jamais se empenharam na apuração do crime.
O mesmo procedimento se repete agora com o escândalo da quebra de sigilo fiscal de Eduardo Jorge, vice-presidente do PSDB, de outros membros do partido e da filha de José Serra, por gente do PT. Revelada a falcatrua, a Receita Federal calou-se e a direção petista sugeriu que se tratava de um factoide, mas a imprensa foi para cima, a coisa virou escândalo. A Receita tentou desclassificar a denúncia até o ponto em que não dava mais. Foi então que o secretário geral da Receita Federal, Otacílio Carpaxo, veio a público para, constrangido, garantir que não havia na quebra de sigilo qualquer propósito político.
Era o prosseguimento da burla, conforme a dramaturgia petista: primeiro, negam o fato; confirmado, tratam de desqualificá-lo. Sucede que quem praticou a violação eram petistas, o que também foi logo negado, numa nota em que o PT afirmava que aquela gente não pertencia a seus quadros. Como, porém, é mais fácil pegar um mentiroso que um cocho, a mentira foi posta à mostra: tanto Atella quanto Amarante eram do PT, o primeiro desde 2003 e o segundo desde 2001.
É fácil perceber por que os acessos aos dados fiscais foram feitos em cidades do interior de SP e MG, por petistas de confiança e sem projeção. Sempre haverá um Cartaxo, num cargo de chefia, para salvar a face dos verdadeiros vilões, mentores da campanha de Dilma. Mas mesmo ele não consegue explicar -se não havia propósito político na violação do sigilo- por que as vítimas da violação são dirigentes do partido de Serra, sua filha e genro.
Não há por que nos surpreendermos com isso, uma vez que agir à revelia da ética e da lei é um antigo hábito do Partido dos Trabalhadores. Os fatos o comprovam. Alguém duvida de que aquela montanha de dinheiro que a polícia flagrou, em 2006, com os "aloprados", num quarto de hotel em São Paulo, era para comprar um dossiê anti-Serra? Embora os implicados fossem todos petistas próximos a Lula (um deles, o churrasqueiro do presidente), nem ele nem ninguém do PT sabia de nada, porque, como sabemos nós, são todos gente íntegra, defensores da ética na política; a ética petista, bem entendido.
Outro exemplo dessa ética foi o mensalão que, num país sério, teria levado ao impeachment de Lula. Já aqui, pode ser até processado quem atribua a ele -que nunca sabe de nada- qualquer responsabilidade pela compra daqueles nobres deputados. Aliás, como em certas ocasiões, voto de deputado vale ouro, é até vantagem comprá-lo em reais.
Tem razão, portanto, Lula, em se indignar com mais essa acusação infundada contra seu partido. Por isso, com a fina ironia que o caracteriza, pulando e berrando num palanque, indagou: "Cadê esse tal de sigilo, que ninguém vê?". A graça é besta, mas ele sabe muito bem para quem fala. Por isso mesmo, quando a situação complica, como agora, põe a Dilma de lado e entra em cena, para confundir ou ameaçar, conforme lhe convenha.
Meu consolo é saber que, em menos de três meses, ele deixará a presidência. Garantiu que até lá vai fazer "muita miséria". Disso, não duvido, mas, após dezembro, não terei que vê-lo todos os dias na televisão, insultando a nossa inteligência."

Publicado no Folha de São Paulo de setembro, 19.


Programe-se

setembro 22, 2010

Intolerante!

Foto de autoria não identificada.

Visite

cats09

Clique na imagem e assine o Manifesto em Defesa da Democracia. Eu já o assinei.


Dia mundial sem carro

Era o que faltava!

cats11
Pois não é que o Achilles, o Zé da Égua, cumpriu o prometido. Serei eu, sim, ao contrário do que imagina, mais um insano a visitar seu blog e me irritar com a sua estupidez.
Espero, sinceramente, que após as eleições, largue o seu blog e retorne ao sítio. O país precisa mais de alimentos do que de… deixa para lá.

Despejo*

Charge: Jota A


* Charge publicada ontem no blog de Jota A.

Agora é o Salão de Humor de Belo Horizonte

Um manifesto oportuno


Foto de autoria não identificada.

Um grupo de brasileiros lançou, no início da tarde de hoje, em frente à Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, o Manifesto em defesa da democracia. Ei-lo:
Em uma democracia, nenhum dos Poderes é soberano.
Soberana é a Constituição, pois é ela quem dá corpo e alma à soberania do povo.
Acima dos políticos estão as instituições, pilares do regime democrático. Hoje, no Brasil, os inconformados com a democracia representativa se organizam no governo para solapar o regime democrático.
É intolerável assistir ao uso de órgãos do Estado como extensão de um partido político, máquina de violação de sigilos e de agressão a direitos individuais.
É inaceitável que a militância partidária tenha convertido os órgãos da administração direta, empresas estatais e fundos de pensão em centros de produção de dossiês contra adversários políticos.
É lamentável que o Presidente esconda no governo que vemos o governo que não vemos, no qual as relações de compadrio e da fisiologia, quando não escandalosamente familiares, arbitram os altos interesses do país, negando-se a qualquer controle.
É inconcebível que uma das mais importantes democracias do mundo seja assombrada por uma forma de autoritarismo hipócrita, que, na certeza da impunidade, já não se preocupa mais nem mesmo em fingir honestidade.
É constrangedor que o Presidente da República não entenda que o seu cargo deve ser exercido em sua plenitude nas vinte e quatro horas do dia. Não há “depois do expediente” para um Chefe de Estado. É constrangedor também que ele não tenha a compostura de separar o homem de Estado do homem de partido, pondo-se a aviltar os seus adversários políticos com linguagem inaceitável, incompatível com o decoro do cargo, numa manifestação escancarada de abuso de poder político e de uso da máquina oficial em favor de uma candidatura. Ele não vê no “outro” um adversário que deve ser vencido segundo regras da Democracia , mas um inimigo que tem de ser eliminado.
É aviltante que o governo estimule e financie a ação de grupos que pedem abertamente restrições à liberdade de imprensa, propondo mecanismos autoritários de submissão de jornalistas e empresas de comunicação às determinações de um partido político e de seus interesses.
É repugnante que essa mesma máquina oficial de publicidade tenha sido mobilizada para reescrever a História, procurando desmerecer o trabalho de brasileiros e brasileiras que construíram as bases da estabilidade econômica e política, com o fim da inflação, a democratização do crédito, a expansão da telefonia e outras transformações que tantos benefícios trouxeram ao nosso povo.
É um insulto à República que o Poder Legislativo seja tratado como mera extensão do Executivo, explicitando o intento de encabrestar o Senado. É um escárnio que o mesmo Presidente lamente publicamente o fato de ter de se submeter às decisões do Poder Judiciário.
Cumpre-nos, pois, combater essa visão regressiva do processo político, que supõe que o poder conquistado nas urnas ou a popularidade de um líder lhe conferem licença para rasgar a Constituição e as leis. Propomos uma firme mobilização em favor de sua preservação, repudiando a ação daqueles que hoje usam de subterfúgios para solapá-las. É preciso brecar essa marcha para o autoritarismo.
Brasileiros erguem sua voz em defesa da Constituição, das instituições e da legalidade.
Não precisamos de soberanos com pretensões paternas, mas de democratas convictos.

Assinam-no Hélio BicudoD. Paulo Evaristo Arns; Carlos VellosoRené Ariel DottiTherezinha de Jesus ZerbiniCelso LaferAdilson DallariMiguel Reali Jr.Ricardo DallaJosé Carlos DiasMaílson da NóbregaFerreira GullarCarlos VerezaZelito VianaEverardo MacielMarco Antonio VillaHaroldo CostaTerezinha SodréMauro MendonçaRosamaria MurtinhoMarta GrosteinMarcelo CerqueiraBoris FaustoJosé Alvaro MoisésLeôncio Martins RodriguesJosé A. GianottiLurdes SollaGilda Portugal GouveaRegina MeyerJorge Hilário Gouvea VieiraOmar Carneiro da CunhaRodrigo Paulo de Pádua LopesLeonel KazJacob KligermanAna Maria TornaghiAlice TamborindeguyTereza MascarenhasCarlos LealMaristela KubitschekVerônica NieckeleCláudio BotelhoJorge RamosFábio CuiabanoLuiz Alberto PyGabriela CamarãoRomeu CortesMaria Amélia de Andrade PintoGeraldo GuimarãesMartha Maria KubitschekGilza Maria VillelaMary CostaSilvia Maria Melo Franco CristóvãoGlória de CastroRisoleta Medrado CruzGracinda GarcezJosier VilarJussarah KubitschekLuiz Eduardo da Costa Carvalho; e Tereza Maria de Britto Pereira