CADÊ?

agosto 30, 2008

Uma fábula dos tempos hodiernos*

Crédito: Salvador Dali


“Mas o pelicano e a coruja a possuirão, e o bufo e o corvo habitarão nela; e ele estenderá sobre ela o cordel de confusão e nível de vaidade.” (Isaías 34:11)


Por Emerson Araújo


“A Fábula é uma narrativa alegórica em prosa ou verso, cujos personagens são geralmente animais, que conclui com uma lição moral. Sua peculiaridade reside fundamentalmente na apresentação direta das virtudes e defeitos do caráter humano, ilustrados pelo comportamento antropomórfico dos animais.” Começo o texto com esta conceituação singular sobre a espécie narrativa denominada de fábula para tecer, também, algumas considerações preliminares sobre o belíssimo conto O Corvo publicado no blog da confraria Tarântula por J. L. Rocha do Nascimento recentemente.
O conto
O Corvo me chamou atenção pela leveza estilística da narrativa mesmo não trazendo nenhuma novidade experimental na forma de narrar como é do hábito dos atuais contistas que se lê volta e meia. Mas é um belo conto poético onde a força fabular nos remete para o universo humano diversificado, ensinando a todos os seres que respiram que existe um corvo a nos dar as mais dolorosas bicadas, a invadir nossas entranhas, às vezes, lentamente, outras vezes nem tanto. O conto de J. L. Rocha do Nascimento nos coloca diante desta certeza.

Outro aspecto que percebi na seqüência da narrativa de
O Corvo foi a construção de imagens alucinantes num jogo verbal morfossintático que engrandece ainda mais a literatura realista fantástica cunhada por um Garcia Marquez. Neste conto percebe-se, ainda, a engenharia frasal que me agrada muito na narração e que o aproxima dos poetas barrocos estilistas das assimetrias em tempos passados. Digo, também, quando não se experimenta na construção da forma literária, deve-se propor mesmo na forma tradicional de contar, poetizar, romancear algo de novo, inusitado. Isso é muito claro em J. L. da Rocha Nascimento e em seu O Corvo, agora. Atrevo-me até mesmo a afirmar um sacrilégio para os outros confrades do Tarântula que João Luiz Rocha do Nascimento carrega nos seus contos a veia literária ibero-americana, encontrada em poetas e narradores singulares como Pablo Neruda, Garcia Lorca, Murilo Rubião, Machado de Assis, Júlio Cortazar, Borges, Nicolas Guillen, Graciliano Ramos e tantos.

Mas volto a insistir,
O Corvo antes de ser um exercício de linguagem, é um manancial de ensinamentos para o ser humano. É aqui, seguindo o conceito de fábula/alegoria que o conto de J. L. da Rocha Nascimento se realiza por completo. Deixa-nos aprendizados e algumas reflexões sombrias diante da condição humana dentro de todos os contextos. As bicadas do corvo quando toma posse do cérebro, no conto, nos induz para uma concepção existencial inexorável, a incapacidade de controlar as nossas ações diante das realidades lacrimejantes impostas. As bicadas são metonímias trágicas de dominação, de confusão, violência, hipocrisias, mentiras, vaidades, dissimulações, jogo de interesse, negatividade, falta de criatividade e tantas aberrações que nos são colocadas nos cotidianos diversos em siglas e labirintos inatingíveis. No conto, ainda, o cérebro bicado já não esconde a falta de resistência aos dominadores deste e de outros mundos, basta uma breve reflexão para se perceber esta verdade em todos nós.

Por fim, sem querer vender nenhuma doutrina bíblica de plantão, percebi, na primeira leitura de O Corvo, o tom profético catastrófico e apocalíptico do mesmo e que me remeteu para o profeta Isaías do antigo testamento e sua epígrafe bíblica: “Mas o pelicano e a coruja a possuirão, e o bufo e o corvo habitarão nela; e ele estenderá sobre ela o cordel de confusão e nível de vaidade.” (Isaías 34:11), confirmada na vitória do corvo sobre as nossas pueris resistências, vejamos: “Talvez no dia em que elas cobrirem meu corpo como um manto negro é que irão acreditar em mim, mas aí já terá sido tarde, eu creio. O corvo, impune, baterá asas.”. Infelizmente o corvo mais um vez venceu em lugar do ser humano.


* Postagem extraída do blog de Emerson Araújo, publicada hoje.

Festival de Teatro Lusófono: programação de hoje


9h às 12h – Oficina Criação Teatral - Gisela Cañamero
Local: Escola Técnica de Teatro José Gomes Campos
9h às 12h - Oficina A Voz do Personagem - Joaquim Paulo Nogueira - Portugal
Local: Teatro Estação
10hEncontro de Diretores Lusófonos – convidados: João BrancoMindelo-Cabo Verde, Rui Cerveira - Almada-Portugal, Jorge Feliciano - Portugal-Moçambique, Arimatan Martins -Teresina-Piauí-Brasil, Gisela Cañamero - Beja-Portugal, Pedro Domingues - Fortaleza-Ceará-Brasil, Clemente Tsambe-Maputo-Moçambique
Local: Theatro 4 de Setembro
12h30min. - Mostra de Cinema Lusófono
Local: Sala Torquato Neto
17hMostra de Rua. Espetáculo Quem Matou ZefinhaTrupe `Caba de Chegar – Fortaleza – Ceará - Brasil
Local: Praça Pedro II
19h - Espetáculo O Esqueleto Cozinheiro Akli - Teatro Fórum de Moura - Maputo - Moçambique / Portugal
Local: Teatro Estação
21h - Espetáculo As Velhas - arte pública - Beja- Portugal
Local: Theatro 4 de Setembro
23h30min. - Festa da Lusofonia
Local: Teatro Estação

agosto 29, 2008

Michael Jackson

Foto sem crédito.

O Corvo*


Por J. L. Rocha do Nascimento


Não me lembro de quando tudo começou. Lembro-me que primeiro vieram os pardais, depois algumas graúnas, em bandos. Os sabiás, logo em seguida, não paravam de cantar. Por fim, pousou um falcão e ele era garboso, as asas tocando o chão, um olhar imponente, todos pareciam lhe render homenagens. Pouco a pouco, uns silenciosamente outros batendo as asas, foram se aninhando, o que até me divertia. No início ainda tentei afugentá-los, mais pela sujeira que deixavam do que pelo peso sobre minha caixa craniana. Não demorou e eu desisti, mesmo porque eram alegres e simpáticos, cada um com uma plumagem mais bonita do que outra, eu podia dizer que a vida até que estava colorida. E viviam em perfeita harmonia, assim concluía, àquela época. Vinham sempre no final da tarde, quase sempre em bandos e na manhã seguinte, em revoada, batiam suas asas, o destino eu ignoro, mas sempre estavam de volta ao entardecer, com o papo cheio, como se costuma dizer, até que um dia não voltaram mais. Algo os assustou e sei o motivo. Foi quando chegou o corvo, com seu canto de mau agouro e seu bico curto e afiado, sua veste negra como o breu da noite, nenhuma candura havia nele. Foi um duro golpe, justo no momento em que eu começava aprender o canto do sabiá eles se foram. Sinto saudade, ainda que tivesse, toda manhã, que aspergir os cabelos, antes de penteá-los, para remover sementes, restos de insetos e pequenos frutos deixados para trás.

O corvo, quando pousou, de imediato abriu uma clareira em volta com suas garras afiadas. Coincidentemente, meus cabelos começaram a cair. E não parava de grasnar, de forma tão sombria que assustava a coruja em frente. Aliás, minto, parava quando sentia fome, imagino. Aí então começava a bicar mais fortemente, que nem uma britadeira de asfalto. De tanto insistir, abriu-se um buraco no meu cérebro do tamanho de uma cratera lunar, embora aqueles açougueiros, que se autodenominam médicos, digam que, na verdade, a tal cratera foi conseqüência de uma queda acidental. Certo dia bicou tanto que levou meu lobo temporal e se alojou no lugar. Dali só saía à noitinha, quando todos em minha volta estavam dormindo, mas logo retornava com restos de vísceras em volta do bico, sempre ele. Foi a partir desse momento que me veio essa apatia que alterno com raros momentos de euforia, que é quando vejo paredes no lugar de portas e estas no lugar daquelas. Todas as pessoas segundos depois de vê-las me parecem estranhas. Essas mesmas pessoas, que se queixam ser da família, do que não me convenço, dizem não acreditar que na minha cabeça há esse demônio como inquilino, nessa altura já pensando no melhor meio de se reproduzir.
Insisto em dizer que não estou louco. E mais: neste momento o corvídeo está comendo o que me resta dos neurônios, agora em silêncio, que é pra não chamar atenção. E eu é que não tenho culpa se eles não conseguem sequer enxergar suas alas negras. Talvez no dia em que elas cobrirem meu corpo como um manto negro é que irão acreditar em mim, mas aí já terá sido tarde, eu creio. O corvo, impune, baterá asas.


* Conto extraído do Confraria Tarântula, publicado em agosto, 26,

Festival de Teatro Lusófono: programação de hoje

9h às 12h – Oficina Criação Teatral - Gisela Cañamero

Local: Escola Técnica de Teatro Professor Gomes Campos
9h às 12h - Oficina A Voz do Personagem - Joaquim Paulo Nogueira - Portugal
Local: Teatro Estação
10hMesa de Conferência Dramaturgia Lusófona, com a participação de Mario Bortolotto - Londrina-Paraná-Brasil, Joaquim Paulo Nogueira - Lisboa-Portugal, Hamilton Vaz Pereira - Rio de Janeiro-RJ-Brasil, Aderbal Freire Filho - Rio de Janeiro-RJ-Brasil, Dom Petro Dikota - Angola
Local: Theatro 4 de Setembro
11hMostra de Rua. Espetáculo Conversas de LavadeirasTrupe `Caba de Chegar - Fortaleza/Brasil
Local: Praça dos Bambus - UESPI
12h30min. - Mostra de Cinema Lusófono
Local: Sala Torquato Neto
19h – Espetáculo O Sr. Milhões - Grupo Teatral Cena Só - São Tomé e Príncipe
Local: Teatro Municipal João Paulo II - Dirceu Arcoverde
19h – Espetáculo As Velhasarte pública – Beja - Portugal
Local: Teatro Assembléia
21h – Espetáculo NOJO - Grupo de Teatro de Pesquisa "Serpente" – Kixingangu - Angola
Local: Theatro 4 de Setembro
23h – Espetáculo Diário de Uma Ladra - Cia. de Teatro Os Shakespirados – Teresina – Piauí - Brasil
Local: Teatro Estação

agosto 28, 2008

Banco inglês troca senha malcriada de cliente*

Um cliente do banco inglês Lloyds TSB que havia escolhido "Lloyds é uma porcaria" como seu código de acesso para realizar transações bancárias pelo telefone teve sua senha trocada para "não é não" por um funcionário do banco.
Steve Jetley, que mora na cidade de Shrewsbury, ao norte da Inglaterra, escolheu a senha que criticava o banco depois que teve um problema com um esquema de seguro de viagens associado a sua conta.
Ele descobriu que sua senha havia sido alterada quando tentou usar o serviço bancário pelo telefone e a funcionária afirmou que o código oferecido pelo cliente não era compatível com a senha registrada no sistema do banco.
Ao pedir para que a funcionária trocasse novamente a senha para a original, "Lloyds é uma porcaria", teve seu pedido negado com a alegação de que o código não era "apropriado".

"Perguntei a ela se era do 'porcaria' que eles não tinham gostado, então ofereci trocar para 'Lloyds é um lixo', mas eles também não aceitaram", disse Jetley.
Apesar disso, o cliente fez ainda duas tentativas que foram novamente negadas pelo banco. Jetley tentou "O Barclays é melhor" - fazendo referência ao nome de outro banco inglês - mas o funcionário negou o pedido afirmando que a senha precisava ter apenas uma palavra.
Foi então que o cliente pediu para que sua senha fosse "censura", mas o banco novamente recusou alegando problema com o número de caracteres da palavra.
Segundo Jetley, ele ainda está tentando encontrar uma senha apropriada para as regras do banco.
Em um comunicado, o Lloyds se desculpou ao cliente e afirmou que os funcionários envolvidos não trabalhavam mais para a empresa.
"É decepcionante que o cliente tenha sentido a necessidade de expressar sua irritação com nosso serviço dessa forma. Os clientes podem ter qualquer senha que escolham e não é nossa política permitir que os funcionários alterem os códigos sem a permissão do cliente", diz o comunicado.


* Matéria extraída do site da BBC Brasil. A foto, sem crédito, foi extraída de Wikimedia Commons.

Festival de Teatro Lusófono: programação de hoje

9h às 12h – Oficina Criação Teatral - Gisela Cañamero – Beja - Portugal
Local: Escola Técnica de Teatro Gomes Campos
9h às 12h- Oficina A Voz do Personagem - Joaquim Paulo Nogueira - Portugal
Local: Teatro Estação
10h – Espetáculo Pedro e o LoboTeatro Extremo – Almada – Portugal
Local: Theatro 04 de Setembro
12h30min. - Mostra de Cinema Lusófono
Local: Sala Torquato Neto
17h - Mostra de Rua. Espetáculo Nas Garras do Capa BodeTrupe `Caba de Chegar – Fortaleza – Ceará - Brasil
Local: Universidade Federal do Piauí
19hEspetáculo Mistério CômicoPaulo Duarte - Beja - Portugal
Local: Teatro Municipal João Paulo II - Dirceu Arcoverde
19h - Espetáculo Mulheres na Lajinha - Grupo de Teatro do Centro Cultural Português do Mindelo – ICA - Cabo Verde
Local: Teatro Assembléia
21h - Espetáculo Mercadorias e Futuro - Lirinha – Recife –Pernambuco - Brasil
Local: Theatro 04 de Setembro
23h - Espetáculo Chá das Quintas - Cia de Teatro da Cidade – Teresina – Piauí – Brasil Local: Teatro Estação

agosto 27, 2008

La diosa del dia*

Foto sem crédito.

Madonna tiene fecha de desembarco en Buenos Aires y promete traer un show súper hot. A los 50 años, la diva está intacta y el 6 de diciembre copará River.


* Extraído de Olé, hoje.

Pela regulamentação do art. 226 da CEPI - 1988*

Ilustração: Albert Piauí


Por Kenard Kruel


Em 1988, como já falamos em artigo publicado na Kenard Kaverna, houve uma mobilização muito grande, encabeçada pela União Brasileira de Escritores (Secção Piauí), para a aprovação do artigo 226, abaixo transcrito, da Constituição do Estado do Piauí, de 1989. O artigo 226 passou, mas, após 19 anos, nunca foi regulamentado. O que diz ele:
Art. 226 - A lei estabelecerá o plano estadual de educação, de duração plurianual, visando à articulação e ao desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis e á integração das ações do Poder Público que conduzam:
I – à erradicação do analfabetismo;
II – à universalização do atendimento escolar;
III – à melhoria da qualidade do ensino;
IV – ao conhecimento da realidade piauiense, através de sua literatura, história e geografia;
V – à preparação do educando para o exercício da cidadania.
§ 1º - Será obrigatório, nas escolas públicas e particulares, o ensino de literatura piauiense e a promoção, no âmbito de disciplina pertinente, do aprendizado de meio ambiente, saúde, ética, educação sexual, direito do consumidor, pluralidade cultural e legislação de trânsito.
§ 2º - Compete à Secretaria de Educação do estado do Piauí, fazer constar dos programas de ensino fundamental e médio, direcionamento e de limitação quanto aos conhecimentos teóricos dos temas referidos no parágrafo anterior, na forma da lei.”.
Abrimos espaço aqui para que houvesse discussão em torno da regulamentação do artigo 226, da Constituição do Estado do Piauí, de 1989.
O poeta Nicolas Behr, de Brasília, começou a confussão ao entender que estamos querendo impor o ensino da literatura piauiense nas escolas, como reserva de mercado, para favorecer este ou aquele escritor, sem qualquer critério. Nas suas palavras: "Não paguem esse mico, escritores piauienses! Se quiserem ser lidos nas escolas do Piauí que o sejam pela qualidade da escrita e não pela imposição de uma lei. Assim não vale. Isso me parece reserva de mercado, um tipo de garantia que alguns escritores procuram para serem lidos, nem que seja goela abaixo, na imposição de uma lei".
O professor e poeta Adriano Lobão Aragão entrou na dança do Nicolas Behr, como o mesmo passo sem ritmo, afirmando que a regulamentação do artigo 226 "Será uma porta aberta para oportunistas, apadinhamentos retrógrados e bairrismos". E que ele, regulamentado, não servirá ao aluno, mas aos "arremedos de professores de literatura dos cursinhos da província".
O músico e professor Alfredo Werney, seguindo os passos do Nicolas Behr e do Adriano Lobão Aragão, também pisa os pés da dançarina, quando afirma que estamos tratando aqui apenas de uma questão geográfica, e não de critério estético; e que a regulamentação do artigo 226 é meramente questão política, que interessa a um grupo específico, que domina a esfera da cultura e que se sustenta nesse bairrismo. Alguns que editam livro, outros que vendem fórmulas e bizus na sala de aula.
O contista e professor Airton Sampaio, do Departamento de Letras da Universidade Federal do Piauí, colocou a discussão no caminho certo: "Penso que o ensino da literatura brasileira de autores piauienses requer, pelo menos, duas dimensões inter-relacionadas: uma boa HISTORIOGRAFIA DA LITERATURA (que ainda não temos entre nós, mas para praticá-la a regra básica é seguir, na medida do possível, os estilos de época nacionais) e uma EFETIVA PRÁTICA ESCOLAR DE LEITURA, baseada num cânone bem elaborado (com competência mas, principalmente, com honestidade intelectual, a fim de não se incluir apenas amigos e se excluir somente inimigos), este subdividido em a) autores e obras canônicas (no caso do Piauí, por exemplo, um H. Dobal e seu Tempo Consequente), b) autores e obras importantes (no caso do Piauí, por exemplo, um Paulo Machado e seu Tá Pronto, Seu Lobo?) e c) autores e obras de livre escolha de professor e alunos, afinal o corpus da LBAP é imenso, aberto e rico. Se se conseguir viabilizar isso, por que não?"
Não estamos querendo fazer discussão sobre a existência de uma literatura piauiense ou não. Isso já aconteceu na década de 80, com o O. G. Rêgo de Carvalho à frente do debate e, na época, recebendo porrada de toda espécie porque os entendidos de ontem como os entendidos de hoje não entenderam nada do que ele estava falando. Como quem tem boca diz o que quer, a discussão, quando muito anda, anda a passo de caranguejo. O. G. Rêgo de Carvalho dizia, como ainda diz, que literatura é um conjunto de obras e que o Piauí não tinha, infelizmente, este conjunto de obras. Tinha e tem, é certo, nomes com boas obras que não formam um conjunto, entretanto. Em cada tempo, podemos destacar um nome com boa obra. Assim, temos um Leonardo da Senhora das Dores Catello-Branco, um Renato Castelo Branco, um Da Costa e Silva, um Chico Pereira da Silva, um Mário Faustino, um H. Dobal, um O. G. Rêgo de Carvalho, um Assis Brasil, um Torquato Neto, um Paulo Véras, por exemplo.
Mais recentemente, nossa literatura cresceu. Podemos destacar nomes com boas obras, como um Carvalho Neto, um Jamerson Lemos, um Menezes y Morais, um Geraldo Borges, um Hardi Filho, um Cineas Santos, um Rogério Newton, um Aci Campelo, um Benjamin Santos, um José Afonso de Araújo Lima, uma Marleide Lins Albuquerque, uma Graça Vilhena, um Paulo Machado, um William Melo Soares, um Airton Sampaio, um João Luiz Rocha do Nascimento, um M. de Moura Filho, um Alcenor Candeira Filho, um Emerson Araújo, um Ramsés Ramos, por exemplo.
Airton Sampaio tocou num ponto importante: o de não termos uma boa historiografia da literatura. Lucídio Freitas começou uma, com conhecimento de causa, mas faleceu cedo demais e não deu para concluir o seu projeto. João Pinheiro fez o seu livro com nomes, títulos e datas. Herculano Moraes publicou livro sem base acadêmica, pedagógica, disciplinar. Adrião Neto, vendo um filão a explorar e ganhar dinheiro, preparou livro destinado aos alunos de pré-vestibular, no que foi seguido pelo Luiz Homero. O Francisco Miguel de Moura, que poderia fazer um livro de peso e medida, se quizesse, não quis. O horizonte dele é o próprio umbigo. E se perde em torno do próprio corpo. Dessa forma, é necessário, sim, a preparação de uma boa historiografia da literatura, o que não se fará sem uma discussão madura. De chiliques estamos cheios!
Outro ponto importante levantado pelo Airton Sampaio: uma Efetiva Prática Escolar de Literatura, baseada num cânone bem elaborado (com competência mas, principalmente, com honestidade intelectual, a fim de não se incluir apenas amigos e se excluir somente inimigos).
Neste particular, meus caros Nicolas Behr, Adriano Lobão Aragão e Alfredo Werney, jogamos fora o temor de vocês da imposição de uma literatura sem qualquer critério, ou, pior, pelo critério do apadrinhamento. Adotar nas escolas nomes e obras sem qualidades. Mas, como separar o joio do trigo sem uma boa discussão, de forma madura? É isto que estamos propondo. Portanto, não me venham com essas tolices de regionalismo, de uma geografia literária, da existência ou não da literatura piauiense, da tomada da literatura pela oficialidade, do apadrinhamento... Chega, esse tipo de discussão já passou! Revivê-la é lavar carvão para ele ficar branco.
Além do mais, a regulamentação do artigo 226 não diz respeito apenas à literatura piauiense, mas a sua geografia, a sua história, o seu meio ambiente, à noção de trânsito, com vistas à erradicação do analfabetismo; à universalização do atendimento escolar; à melhoria da qualidade do ensino; e à preparação do educando para o exercício da cidadania.
Para não dizer que não falei do poeta e professor Emerson Araújo, foi quem ele que aprendi o pouco que sei de literatura. Foi observando as suas aulas, que tornei-me professor de literatura. Emerson Araújo, como poeta e como professor, é de uma honestidade sem par. Quando estudante de latim (salve Mestre Mons. Melo!) no curso de Letras da Universidade Federal do Piauí, aprendi que um "bom dsicípulo está sempre atento ao Mestre". Portanto, crianças, leia o que escreve o Emerson Araújo, com a humildade que devemos ter, porque é assim que devemos nos portar diante de um Mestre. Querer dá uma de independente, de honesto, de criterioso, de compromissado, de sabidão em cima de nós, nesta altura do campeonato, quando já enfrentamos, com dignidade, todo tipo de terror, censura, prisão, tortura, corrupção... não dá!
Cartas para a redação, que só queremos saber do que pode dá certo, não temos tempo a perder. É louvando quem bem merece, que deixamos o que é ruim de lado!

* Postagem extraída do blog de Kenard Kruel, publicada hoje.

Passagem: Stella Maris

Fazendo História

Foto: Lula Marques/Folha

Joênia Batista de Carvalho, advogada, é a primeira índia da história a se pronunciar no plenário do Supremo Tribunal Federal.

Festival de Teatro Lusófono: programação de hoje

9h – Espetáculo Pedro e o LoboTeatro Extremo – Almada – Portugal
Local: Teatro Assembléia
9h às 12h – Oficina Corpo Cênico– com Lenora Lobo - Brasília- DF - Brasil
Local: Teatro Municipal João Paulo II
10h - Mesa de Conferência Divulgação e Preservação da Língua Portuguesa no Mundo, com a participação da atriz Lucélia Santos - São Paulo - Brasil.
Local: Theatro 4 de Setembro
12h30min. - Mostra de Cinema Lusófono
Local: Sala Torquato Neto
17h - Mostra de Rua. Espetáculo Nas Garras do Capa BodeTrupe `Caba de Chegar – Fortaleza – Ceará - Brasil
Local: Pátio do Teatro Municipal João Paulo II
19h – Apresentação Projeto InstantâneoNúcleo de Criação do Dirceu – Teresina – Piauí - Brasil
Local: Teatro Municipal João Paulo II - Dirceu Arcoverde
21h - Espetáculo Magia Negra - Teatro Fórum de Moura - Moçambique / Portugal
Local: Theatro 4 de Setembro
23h – Espetáculo Auto da Barca do Inferno - Grupo de Tear de Teatro – Teresina – Piauí - Brasil
Local: Teatro Estação

Hospedaria de Bangu 8 experimenta súbito ‘upgrade’*

Foto: Christian Parente/UOL

As prisões brasileiras são ruins por que os ricos não as freqüentam ou os riscos não ficam nas prisões brasileiras porque elas são ruins?
A julgar pelo que se passa em Bangu 8, a primeira alternativa é a correta. Sim, os cárceres do país não prestam porque só hospedam a malta.
O sem-banco Salvatore Cacciola desfruta das facilidades de Bangu 8 há um mês e oito dias. Tempo exíguo. Mas já se nota um upgrade na qualidade dos serviços.
Descobriu-se que certos presidiários têm encomendado comida e bebida em restaurantes chiques da Barra da Tijuca.
Cacciola, por exemplo, teria se servido de lagosta num de seus almoços. Coisa tão fina e incomum que a Secretaria de Segurança do Rio decidiu abrir sindicância.
Tenta-se descobrir como a iguaria cruzou os muros do presídio. Trazido por visitantes, é legal. Providenciado por carcereiros, mediante propina, é transgressão.
Cacciola não é o único bolso fornido a puxar cana em Bangu 8. Fazem companhia a ele, entre outros:
O deputado estadual Natalino Guimarães (expulso do DEM); o irmão dele, vereador Jerônimo Guimarães...
...O deputado estadual cassado Álvaro Lins; e o ex-chefe de Polícia Civil do Rio Ricardo Hallack.
Dependendo do resultado da sindicância, pode-se antever um daqueles clássicos motins de refeitório.
Cacciola, batendo com o prato na mesa, há de reivindicar: “Lagosta, faisão, caviar e macarrão –“al dente”, naturalmente.
Para acompanhar: uma boa carta de vinhos. Com opções de “Barolo” e um "Brunello di Montalcino" de cepa honesta.
A irmandade de Bangu há de aderir –gostosamente—a uma rebelião como essa.


* Postagem extraida do blog de Josias de Sousa
, publicada ontem, 26.

agosto 26, 2008

Amanhã terás ressaca

Festival de Teatro Lusófono: programação de hoje

9h às 12h – Oficina Corpo Cênico – com Lenora Lobo (coreógrafa brasileira) - Brasília – DF - Brasil
Local: Teatro Municipal João Paulo II
9h às 12h- Oficina A Voz do Personagem - Joaquim Paulo Nogueira - Portugal
Local: Teatro Estação
12h30min. - Mostra de Cinema Lusófono
Local: Sala Torquato Neto
19h – Espetáculo O Marinheiro - A. e C. Companhia de Teatro – Teresina – Piauí - Brasil
Local: Teatro Municipal João Paulo II - Dirceu Arcoverde
21h – Espetáculo Mulheres na Lajinha - Grupo de Teatro do Centro Cultural Português do Mindelo – ICA - Cabo Verde
Local: Teatro 04 de Setembro

23h - Eu só quero me mover - Solo Eduardo Prazeres - Núcleo de Criação do Dirceu – Teresina – Piauí - Brasil
Local: Teatro Estação

Frank Zappa: Hot Rats

Hot Rats (1969) é o primeiro álbum de Frank Zappa após a dissolução do Mothers of Invention. Seguiram-no ao estúdio os músicos Don Sugarcane Harris (violin), Jean-Luc Ponty (violin, keyboards), Ian Underwood (organ, clarinet, flute, guitar, piano, saxophone), Don Captain Beefheart Van Vilet (harmonica, keyboards, vocals), John Guerin (drums), Lowell George (guitar), Max Bennet (bass), Paul Humphrey (violin, drums), Ron Selico (drums) e Shuggie Otis (bass, guitar).
O álbum é praticamente instrumental. Há voz apenas, em Willie The Pimp, por Don Captain Beefheart Van Vilet, que é seguido por um solo fantástico de Frank Zappa de aproximadamente 7 minutos. Outros destaques: Peaches en Regalia, Son of Mr. Green Genes, Little Umbrellas, e The Gumbo Variations.
Alguém desavisado, em muitas faixas, ouvindo Hot Rats, certamente vai imaginar que o álbum é de alguma celebridade do jazz.
Dizem alguns que Hot Rats, produzido pelo próprio Frank Zappa, é o primeiro disco lançado comercialmente gravado em seis canais.

agosto 23, 2008

Fazendo História


Foto: AFP


A equipe brasileira feminina de vôlei conquistou, pela 1ª vez, a medalha olímpica de ouro. Venceu a equipe estadunidense por 3 sets a 1 (25-15, 18-25, 25-13, 25-21).

Foto sem crédito

O técnico da seleção, José Roberto Guimarães, com a vitória de hoje, entra para a história como o 1º técnico a conquistar medalhas olímpicas de ouro no vôlei feminino e no vôlei masculino - antes, na Olimpíada de Barcelona, 1992, venceu com a equipe masculina.

Fazendo História

Arte: UOL

A primeira medalha olímpica conquistada por uma brasileira em taekwondo é de Natalia Falavigna. A atleta foi a 3ª colocada na categoria acima de 67kg, ao vencer a sueca Karolina Kedzierska.

Di campeón*

La medalla de oro es argentina otra vez. Con una definición descomunal de Di María, la gran revelación del equipo, nos vengamos de Nigeria. Ni los 32° pararon a la Selección.


Pablo Chiappetta
La vaselina de angelito, el grito de todos los argentinos. Ah, en Brasil esa medalla no se consigue.


Más o menos, más o menos. La manito de Angel Di María ilustraba ese gesto técnico descomunal, de potrero genuino, una denominación de origen que vale un oro, el segundo consecutivo para la historia del fútbol argentino, y consuma la venganza de la final perdida en Atlanta 96. El pibe se filtró entre dos camisetas verdes, recibió un pase de Messi maravilloso también y levantó la tierra con una picada de pelota que sin dudas habrá que hacerle un lugar en el museo de los lujos. Sí, sí, señores, Di Campeones.
Pero hubo que transpirar para que el pecho recibiera la medalla. Al que se le ocurrió jugar a las 12 del mediodía hay que darle un premio porque es un genio: ¿cómo hizo para convencer a todo el mundo de ponerse a patear la pelota con semejante calor? El termómetro marcaba 32°, pero nadie le creyó. Ahí abajo, en el césped y a pleno sol, hacía mucho más. Con este clima, la intención del toqueteo con movilidad duró un suspiro. Enseguida se notó que Argentina no podría mantener el ritmo, que era vital para poder quebrar la sólida y veloz defensa de Nigeria. Y se fue instalando por la fuerza un ritmo cansino, monocorde, en el que la jugada empezaba y terminaba a la misma velocidad, salvo cuando entraba en acción Di María, el único con velocidad de sexta que complicó cada vez que rompió por izquierda. Messi arrancaba, pero en tres, cuatro pasos, se le acababa el combustible y así su tremendo pique corto perdía eficacia. Argentina fue disminuyendo poder sobre el balón, porque la imprecisión se hizo carne y porque Nigeria fue imponiendo su familiaridad para jugar con el calor. A los africanos les faltó, sí, poder de fuego, y cierta decisión. Llegó por primera vez con un tiro de Isaac que contuvo Romerito. Y recién reaccionó cuando estaba abajo en el marcador. Argentina no tenía soluciones en lo colectivo, y las terminó encontrando en el tremendo poder de su talento individual. Messi levantó después del descanso. Se vistió de Riquelme para dar ese pase al corazón de los nigerianos, y Di María, la gran revelación de los Juegos, hizo la diferencia. Seis jugados, seis ganados, la segunda medalla y otro equipo en la historia.PEKIN (ENVIADO ESPECIAL).



* Matéria extraída do site Olé. Vejam a responsabilidade de Dunga e dos demais anões da seleção brasileira: gozação argentina.

agosto 22, 2008

Fazendo História

Foto: EFE

Maurren Maggi ganhou a medalha de ouro em salto em distância, com a marca de 7,04m. A prova aconteceu no Estádio Olímpico de Pequim, o Ninho de Pássaro.

Foto: REUTERS

Foi a primeira medalha de ouro olímpica individual conquista por uma atleta brasileira.

agosto 21, 2008

Nepotismo

Foto: Agência Brasil


Foi aprovado hoje, pelo Supremo Tribunal Federal, o texto da Súmula Vinculante que proíbe o nepotismo no serviço público. A Súmula Vinculante deve ser publicada em 10 dias, e tem a seguinte redação:
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até 3º grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou ainda de função gratificada da administração pública direta, indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.

Literatura Brasileira de Autores Piauienses: uma historiografia sem rigor

José Pereira Bezerra, Wellington Soares, João Pinto, Airton Sampaio, Leonam, João Luiz Rocha do Nascimento e Austregésilo de Brito Silva, quando do lançamento do livro Geração de 1970 no Piauí: contos antológicos, às 19 horas do dia 25 de janeiro de 2008 , no Clube dos Diários.


Por Airton Sampaio



Mantive, durante mais ou menos três anos, inúmeras conversas de trabalho com o poeta Paulo Machado, interrompidas pelos sortilégios que se abateram sobre minha vida, as quais tinham como objetivo a elaboração de um livro didático, com título não definido, que trataria de uma periodização o mais possível rigorosa da Literatura Brasileira de Autores Piauienses (LBAP). Chegamos então, ao cotejar as diversas periodizações já propostas, à solar conclusão de que todas, sem sequer uma exceção, se caracterizam pela falta do rigor metodológico indispensável a uma pesquisa, o que não raro resultou em ultrassubjetivismos arbitrários, permeados por imprecisões decorrentes de desleixos injustificáveis. Com efeito, de João Pinheiro a Luís Romero Lima, passando por Herculano Morais, Francisco Miguel de Moura e Adrião Neto, há, a despeito das inegáveis contribuições oferecidas, desde propostas esdrúxulas até categorias conceituais pessimamente laboradas de que, neste artigo, se darão alguns exemplos.
É o caso do uso, inadequadamente feito, da categoria vanguarda. Ora, não devia ser novidade para ninguém que esse termo, que vem do francês avant-garde (“postar-se à frente”), não pode ser utilizado para abrigar sob o seu apertadíssimo guarda-chuva qualquer artista, por melhor que ele seja, apenas a talante do gosto do historiógrafo, como se dá com Herculano Morais, Francisco Miguel de Moura e Luís Romero Lima, que chegam ao absurdo de categorizar como vanguardistas autores que nem Fontes Ibiapina, escritor tradicionalíssimo, e José Magalhães da Costa, seguidor estético-temático de Fontes e que de vanguardista também não tem nada, autor que é de uma contística regionalista excessivamente presa a ditos e causos e assim a anos-luz de uma literatura de ruptura estética com a tradição conservadora, que é isso que é, em síntese, uma arte de vanguarda, uma ruptura estética radical com o passado. Aliás, na LBAP o único artista que pode ser chamado de vanguardista, com o devido rigor que a palavra requer, é Torquato Neto, que nas diversas linguagens que praticou (literatura, cinema, jornalismo, etc) o fez sempre de maneira ruptorial e numa perspectiva experimental de radical renovação, o que não se pode dizer nem do genial Mario Faustino que, mesmo aberto às experimentações alheias (vide sua página Poesia-Experiência, no SDJB, 1956-1958), como a dos concretos, aos quais destemidamente apoiou, jungido no entanto ficou, conscientemente, ao verso (o “último verse-maker”, nas palavras de Augusto de Campos) e em geral verso clássico, que expressa uma mundividência oriunda da tradição greco-romana. Assis Brasil? Afora os peculiares romances “Beira Rio, Beira Vida”, “Os Que bebem como os Cães” e “Deus, o Sol, Shakespeare”, que de fato se aproximam de uma atitude de vanguarda porque são, em certa medida, inovadores e ruptoriais, exceto essas três obras as demais de Assis Brasil não devem ser, com a necessária precisão teórica, apodadas de vanguardistas.
Outro problema assaz presente na historiografia referente à LBAP é a confusão, fácil de ser desfeita mas insistentemente reiterada, que os historiógrafos piauienses difundem entre Geração literária e Grupo literário. Denominam, por exemplo, de Geração Meridiano e Geração Clip o que, na verdade, são Grupos literários: o GRUPO MERIDIANO, formado no âmago da Geração de 1945 (veja-se que o próprio Mario Faustino, que é da Geração de 1945, não integrou o GRUPO MERIDIANO, que contou com O G. Rego de Carvalho, H. Dobal, Vítor Gonçalves Neto, etc), e o GRUPO CLIP, constituído no interior da Geração de 1960 (veja-se que o próprio Torquato Neto, que é da Geração de 1960, muito longe esteve de integrar o GRUPO CLIP, que contou com Francisco Miguel de Moura, Herculano Morais, Hardi Filho, etc). Não há também, nesse sentido, na LBAP, uma Geração Acadêmica ou Áurea, mas a brilhantíssima Geração de 1900, na qual indubitavelmente se sobressaiu o seminal GRUPO ACADÊMICO (Lucídio Freitas, Clodoaldo Freitas, Baurélio Mangabeira, etc).
Não bastassem essas impropriedades todas, existem ainda os desleixos injustificados, muitas vezes estapafúrdios, entre os quais avulta a nominação errônea não de um escritor qualquer, mas do primeiro grande poeta do Piauí - LEONARDO DA SENHORA DAS DORES CASTELLO-BRANCO, que ele mesmo ASSIM assina, mas insistentemente grafado, inclusive pela festejada professora-doutora-pesquisadora Teresinha Queirós, como Leonardo de Nossa Senhora das Dores Castelo Branco, um erro talvez cometido em primeiro lugar por João Pinheiro e depois reproduzido por quase todos os que opinaram sobre a obra do autor do magnífico poema “A Creação Universal” sem, provavelmente, a terem sequer lido, já que nem o nome artístico do Poeta escrevem com correção. Ademais, ainda que relacionados e mesmo que o primeiro às vezes possa ser ao segundo igualado, por demais diferentes são fato estético e fato histórico, mas na historiografia da LBAP não é raro se deparar, por exemplo, com afirmações que incluem como fatos estéticos a fundação da Academia Piauiense de Letras, sem dúvida um fato apenas histórico, e que atribuem a um suposto diário de guerra de Fidié, também certamente não lido, o condão de texto iniciador da LBAP. Assim, meus caros, não dá... Até.
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Artigo Publicado no Jornal Diário do Povo do Piauí, caderno Galeria, seção Cultura. Teresina, 25 março de 2007, p.18.


* Postagem resgatada do blog de Kenard Kruel, publicada em fevereiro, 11, no momento em que se discute a regulamentação do artigo 226, da Constituição do Estado do Piauí de 1989.

Não serei um assassino, espero

Pronto. Desinstalei de meu micro três jogos do Delta Force e desfiz-me dos cds de instalação. Não sabem como sofri por decidir assim. Detonava nos jogos. Tinha os códigos de trapaça: era invencível, invísivel, e tinha munição ilimitada. Matava todos os oponentes. Cumpria todas as missões. É fato de que, ultimamente, cumpridas as missões, matava também os parceiros e até mesmo reféns por mim resgatados. Imaginei, confesso, que tal desvio era porque as missões, por repeti-las tanto, eram fáceis demais. Além do mais, estava exterminando imperialistas.
Mas, vi recentemente, que não é bem assim. Li, em algum lugar, que entre o ato de matar vitualmente e a matança real a distância é mínima. Recomendou-se, ao invés de jogos violentos, a leitura. Então, afasto-me dos jogos violentos, passo a ler Sabrina (afinal, a violência está presente muito frequentemente na boa literatura, inclusive com assassinatos), e a partir de agora só matarei alguém se for de raiva.

agosto 20, 2008

Washington: Coração Valente

Foto: Photocamera

Fazendo História

Foto: AFP Photo / Behrouz Mehri

O Rohullah Nikpai conquistou medalha de bronze na categoria até 58 kg de taekwondo. Até então nenhum atleta afegão havia conquistado uma medalha olímpica. Rohullah Nikpai conquistou a medalha ao derrotar o espanhol Juan Antonio Ramos, atual campeão mundial.

Teresina é Pop: Eucapiau


Ariano Suassuna: Almanaque Armorial

Foto sem crédito.

Será lançado hoje, às 20h00min., no Rio de Janeiro, na Livraria da Travessa do Centro Cultural Banco do Brasil, o livro Almanaque armorial, de Ariano (Vilar) Suassuna, editado pela José Olympio. O livro é constituído de 25 textos, publicados em jornais, livros, revistas ou veiculados em palestras, entre 1961 e 2000.
Os interessados no pensamento de Ariano Suassuna, conservador, aliás, fiquem atento. O livro, certamente, logo estará exposto em livrarias de Teresina.

agosto 19, 2008

O mundo cabe em uma caneca?

Foto sem crédito

It's Knuttz

José Saramago

Foto: EFE

Deve ser publicado ainda este ano um novo livro do escritor português. Tem como tema a história de um elefante asiático que, no século XVI, teve de percorrer mais de metade da Europa.
A idéia de escrever o livro surgiu quando José Saramago, há mais de dez anos, em visita a Áustria, entrou, em Salzburgo, no restaurante O Elefante.
Outra obra-prima, supõe-se.

Se lo fumó em pipa*

La Selección tuvo su día soñado en Beijing. Goleó a Brasil, su clásico rival, por 3-0 y consiguió el pase a la final para defender el oro conseguido en Atenas. El equipo del Checho jugó su mejor partido del torneo y dejó a Dunga y compañía con una herida difícil de cicatrizar. Agüero se destapó y metió dos. Riquelme, de penal, hizo el otro. En la definición, Argentina se medirá con Nigeria como en Atlanta 96.
Agüero festeja uno de sus dos goles. El ex Rojo apareció cuando se lo necesitaba. (EFE).

El fútbol siempre da revancha. Y aunque digan que la venganza es un plato que se sirve frío, Brasil quedó bien calentito. Derrota en la final de la Copa América de Perú en 2004, derrota en la final de la Copa Confederaciones en 2005 y derrota en la final de la Copa América de Venezuela, el año pasado. Tres golpes durísimos para Argentina, un país y una Selección que respira fútbol.
Todo llega. La semifinal en los Juegos Olímpicos se presentaba como una oportunidad única para el equipo que conduce Sergio Batista, y no la iba a desaprovechar. Argentina aplastó, humilló, vapuleó a Brasil por 3-0 en Shanghai y se clasificó para disputar el oro ante Nigeria, el sábado (desde la 1 en nuestro país), en el Nido de Pájaro. Pero sobre todo, ganó como quiere la gente: con coraje y buen juego.
La primera etapa sirvió de estudio. Especulaciones, dudas, miedos... De ambos. La dupla Riquelme-Messi no pesaba. Porque Dunga otra vez designó una marca personal para Román. Lucas se pegó al diez de la camiseta del enganche argentino. Anderson y Marcelo se encargaban de rodear a la Pulga cada vez que el crack se tiró a la derecha. Por el lado de Brasil, Ronaldinho, muy estacionado en la banda izquierda, intentaba poner su talento a disposición de Sobis, que quedó muy solo arriba. Entre Mascherano, Zabaleta y Gago se lo comieron.
Algunas alarmas que se encendieron. Las escaladas de Rafinha por la derecha ante la impotente marca de Di María y de Monzón. Y Sobis, que a pesar de su soledad, complicó al fondo argentino. Un desborde del lateral terminó con un centro atrás que el delantero de Betis no pudo definir de taco. Quedaba muy lejos Agüero en ese primer tiempo, aunque el Kun se las ingenió para generarse su propio espacio y rematar de zurda desviado, a los 10. La más clara en el primer tiempo.
No claudicó nunca Riquelme en su intención de pisar la pelota y organizar el juego de Argentina. A pesar del molesto Lucas, la intención de atacar del equipo siempre pasó por el cerebro de Román. Pero el marcador se abrió por otros motivos. La presión de Gago y Mascherano dio resultado. Brasil perdía la pelota cerca de su arco. A los 7, el volante central del Real Madrid abrió para Di María. El zurdo sacó un zurdazo violento al área, mitad tiro al arco, mitad centro. Y ahí apareció el Kun Agüero para ponerle el pecho al balazo, para empujarla a la red y establecer el 1-0.
Después del gol argentino, Dunga decidió reemplazar a Hernanes y a Sobis, en lugar de Alexandre Pato y Thiago Neves. Dos nombres que asustan. Pero más asustaron Pareja y Garay, que marcaron siempre con firmeza. También metieron miedo los dos volantes centrales argentinos, para recuperar y distribuir. Aniquilaron las pretensiones de Brasil a pesar de un tiro en el palo de Sobis y de un desborde de Rafinha.
Siempre intentó jugar Argentina y Riquelme. Román jugó rápido un tiro libre sobre la izquierda con Messi. Quedó para Di María que se la devolvió a Messi. La Pulga encaró, juntó rivales y abrió hacia la derecha para Garay, que se quedó en el área. El central le dio fuerte y cruzado. Otra vez Agüero, bien ubicado, llegó al corazón del área y anta la mirada estéril del arquero Renán, la empujó al gol para el 2-0.
La desesperación de Brasil lo hizo salir del fondo en busca del descuento. Ronaldinho estrelló un tiro libre en el palo derecho de Romero (lo único que hizo el nuevo jugador del Milan), en el rebote Marcelo le dio al arco y Pato la desvió al gol. Pero la jugada fue anulada por el árbitro uruguayo Martín Vázquez. A partir de ahí, la pelota siempre se movió bajo la suela de Riquelme. El enganche no tuvo demasiado peso en ofensiva. Pero manejó los tiempos, bancó con aplomo las patadas y el asedio desesperado de Brasil por recuperar rápido la pelota e ir por el milagro. Ordena, acomoda, le dio aire al equipo... Y como en el último Superclásico y su recordado tiro libre, ahora de lateral generó su gol. Defendió la pelota sobre la derecha, ganó el saque de banda. Mientras charlaba con el asistente, armaba la ofensiva. Hizo el saque para Messi que encaró hacia el medio y tocó para Agüero en el área. Breno lo bajó y fue penal. Riquelme se hizo cargo y puso el 3-0 con autoridad.
Después, Brasil se descontroló. Lucas primero y Thiago Neves después, castigaron a Mascherano y vieron la roja para que el equipo de Dunga demostrara aún más la superioridad Argentina. Un triunfo impecable de Argentina. Para tomarse revancha, para gozar al clásico rival, para disfrutar. Ahora se viene otra parada brava y otra oportunidad de borrar con el codo la tristeza del pasado. Nigeria será el rival en la final del sábado, ese mismo equipo africano que en Atlanta 96' le robó el oro a Argentina. Es hora de recuperar y de defender lo propio.



* Extraído do site Olé, publicado hoje.