CADÊ?

junho 28, 2011

Luigi Pirandello


Foto de autoria não identificada.


Luigi Pirandello nasceu na vila de Caos, próximo de Agrigento, Sicilia. 
Estudou na Universidade de Palermo, na Faculdade de Ciências  Humanas da Universidade de Roma e na Universidade de Bonn.
Pirandello casou-se em 1894, e radicou-se em Roma, onde lecionava italiano. Com a poesia começou a dedicar-se à literatura. Mas logo abandonou-a para exercitar a narrativa. Escreveu os romances O Falecido Mattia Pascal e Um, Nenhum e Cem Mil, além dos contos Novelas para Um Ano.
A notoriedade veio com o teatro. Após o êxito com Assim é, se lhe parece (1917), foi consagrado com Esta noite se representa de improviso, Cada um a seu modo e Seis personagens à procura de um autor, peças que deram origem ao chamado metateatro ou teatro dentro do teatro.
Inovador do drama moderno, o autor adotou como temas centrais a volubilidade humana e as coincidências entre a vida e a ficção.
Recebeu o Nobel de Literatura dois anos antes de falecer em Roma.



Me dá um dinheiro aí



Foto de autoria não identificada.

Fonte: UOL Esporte.



J. Bosco


Charge: J. Bosco,
veiculada no sábado. 25, em seu blog - o Lápis de Memória.



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Para registro: Santos, o campeão da Libertadores 2011




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junho 21, 2011

John Lee Hooker




John Lee Hooker, cantor e guitarrista de blues americano, nasceu no condado de Coahoma, próximo a Clarksdale, Mississipi. A sua primeira influência veio de seu padrasto, Will Moore.
No início dos anos 1940, tendo se mudado para Detroit, encontrou trabalho como porteiro em fábrica de automóveis - à noite entretinha os amigos e vizinhos. Hooker foi descoberto pelo lojista Elmer Barbee, que o levou para Bernard Besman, um produtor, distribuidor e proprietário da Records Sensation. Entre as primeiras gravações, em 1948, Boogie Chillen, apresentando um estilo meio falado que se tornaria sua marca registrada, tornou-se um sucesso.
Sustenta-se que, ritmicamente, sua música era bastante livre, uma característica que ele tinha em comum com os primeiros músicos de delta blues. Sua entonação vocal era menos associada à música de bar em relação aos outros cantores de blues. Seu estilo casual e falado errado seria diminuído com o advento do blues elétrico das bandas de Chicago mas, mesmo quando não estava tocando sozinho, Hooker mantinha as características primordiais de seu som.
Levando adiante uma carreira solo, tornou-se mais popular devido ao surgimento de aficcionados por blues e música folk no começo dos anos 60 - ele inclusive passou a ser mais conhecido entre o público branco, e deu uma oportunidade ao iniciante Bob Dylan.
Um dos destaques em sua carreira foi a gravação de The Healer, em 1989, quando se juntou à diversos astros convidados, incluindo Keith Richards e Carlos Santana. Acabou ganhando, com este trabalho, um Grammy.
Em 1994, Hooker passou por uma operação para a retirada de uma hérnia, afastando-o dos palcos por um tempo. Depois das gravações de Chill Out (1995), parou de fazer shows regulares continuando apenas com aparições ocasionais.
Foi casado e divorciado 4 vezes, teve oito filhos.
Hooker gravou mais de 100 álbuns e viveu os últimos anos de sua vida em São Francisco, onde era dono de um clube noturno chamado Boom Boom Room, nome inspirado em um de seus sucessos.

Paixão


Charge: Paixão,
veiculada hoje no Gazeta do Povo.



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junho 18, 2011

1 ano da passagem de José Saramago


Foto de autoria não identificada.


José de Sousa Saramago, filho de José de Sousa e de Maria da Piedade, nasceu na aldeia de Azinhaga, província do Ribatejo. Para escapar de multa, seus pais registraram-no como nascido em novembro, 18. Bem criança ainda, mudou-se para Lisboa, porém até a adolescência ia frequentemente para sua aldeia, permanecendo, muitas vezes, em longas estadas na casa dos avós.
Cursou, nos anos de 1930 a 1932, as quatro séries do ensino oficial nas Escolas Primárias da rua Martens Ferrão e do Largo do Leão - em um ano concluiu dois anos letivos. Frequentou, nos anos letivos de 1933-1934 e 1934-1935, o Liceu Gil Vicente, mudando, por dificuldades econômicas, para a Escola Industrial Afonso Domingues. Lá permaneceu nos anos letivos de 1935-1936 a 1939-1940, concluindo o curso de serralheiro mecânico.
O seu primeiro emprego foi como serralheiro mecânico, contratado, em 1941, novembro, 10, para a área de oficinas dos Hospitais Civis de Lisboa. Em 1942, novembro, 21, passou a ser escrevente dos mesmos Hospitais Civis de Lisboa.
Casou-se, em 1944, com Ilda Reis. Passou a trabalhar para a Caixa de Abono da Família do Pessoal da Indústria da Cerâmica, deixando o emprego, em 1949, por desavenças de caráter político com um fascistazinho. 
Em 1947, publicou, pela Editorial Minerva, Terra do pecado, seu primeiro romance. Nesse ano, nasceu Violanta Saramago, sua única filha.
Empregou-se, em 1950, na Caixa de Previdência do Pessoal da Companhia Previdente. Lá permaneceu até 1959. 
Mudou-me para Parede em 1955, e começou a colaborar com a Editorial Estúdios Cor, assumindo o cargo de diretor literário da editora em 1959.
Traduziu, entre 1955 e 1958, seis obras do francês para o português para as edições Europa-América.
Publicou, pela Portugália Editora, em 1966, Os poemas possíveis.
Saramago, nos anos de 1967 e 1968, assinou críticas literárias na revista Seara Nova. Passou a escrever regularmente crônicas para o jornal A capital, material que seria publicado, com outro veiculado no Jornal do Fundão, em Deste mundo e do outro (1971) e A bagagem do viajante (1973).
Publicou, em 1970, o livro de poesias Provavelmente alegria, e divorciou-se de Ilda Reis, retornando para Lisboa. Relacionou-se com a escritora Isabel da Nóbrega até meados de 1980. No ano seguinte, deixou a Editorial Estúdios Cor.
Trabalhou, nos anos de 1972 e 1973, como editorialista no Diário de Lisboa, e este trabalho resultou em mais um livro: As opiniões que o DL teve.
Publicou, em 1975, O ano de 1993
Trabalhou, após a Revolução dos Cravos, nos Ministérios da Educação e da Comunicação Social.
Publicou, em 1976, Os apontamentos, reunião das crônicas veiculadas no ano anterior no Diário de Notícias, onde fora nomeado diretor adjunto, em 1975, abril, 9, e dele desapeado, deixando o jornal, em novembro, 25, quando vitorioso o golpe contrarrevolucionário que fulminou com o Processo Revolucionário em Curso (PREC)
Sem o apoio do Partido Comunista Português, cuja direção desaprovara a sua atuação no Diário de Notícias, e em desgraça pelo suporte ao gonçalvismoSaramago decidiu viver de traduções e dedicar-se à escrever, publicando Manual de pintura e caligrafia (1977); Objecto quase (1978); A noite (1979), seu primeiro prêmio; Levantado do chão (1980), vencedor do Prêmio Cidade de Lisboa; Que farei com este livro (1980); Viagem a Portugal (1981); Memorial do Convento (1982), vencedor de prêmios literários do PEN Club e do Município de Lisboa; O ano da morte de Ricardo Reis (1984), ganhador do Prêmio Dom Dinis, da Fundação Casa de Mateus, e do PEN Club Português; A jangada de pedra (1986); A segunda vida de Francisco de Assis (1987); História do Cerco de Lisboa (1989); O evangelho segundo Jesus Cristo (1991); In Nomine Dei (1993); Cadernos de Lanzarote. Diário - I (1994); Ensaio sobre a cegueira (1995); Cadernos de Lanzarote. Diário - II (1995);  Cadernos de Lanzarote. Diário - III (1996); Todos os nomes (1997); Cadernos de Lanzarote. Diário - IV (1997); Cadernos de Lanzarote. Diário - V (1998); Folhas Políticas (1976-1998) (1999); Discursos de Estocolmo (1999); A caverna (2000); O homem duplicado (2002); Ensaio sobre a lucidez (2004); Don Giovanni ou o dissoluto absolvido (2005); As intermitências da morte (2005); As pequenas memórias (2006); A viagem do elefante (2008); e Caim (2009).
Saramago, o único escritor de língua portuguesa laureado com o Nobel de Literatura, morreu em casa, na Ilha Canária de Lanzarote, na Espanha, na companhia da mulher, Pilar del Rio, com quem casara em 1988, outubro, 29. Deixou inacabado o romance Alabardas, Alabardas! Espingardas, Espingardas!
Hoje, completado um ano da passagem do escritor, as suas cinzas foram depositadas, por Pilar del Rio, junto a uma oliveira que veio da Azinhaga e a um banco de jardim feito de mármore no Campo das Cebolas, em frente à Casa dos Bicos, em Lisboa.

Foto: Daniel Rocha.


aquecimento global*


* Cartum: J. Bosco,
em post veiculado hoje em seu blog, o Lápis de Memória.



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Neste mês, 14.


Parabéns pra você


Foto de autoria não identificada.


É hoje






Do 28º Salão Internacional de Humor do Piauí

Este blogueiro visto por Dino Alves.

Um editorial do Estado de São Paulo





Se fosse permitido brincar com coisa séria, poderia se dizer que o governo ganhou a final de um campeonato com um gol de mão, em impedimento, depois dos acréscimos. É a comparação que ocorre diante da aprovação, tarde da noite de anteontem, do texto básico da Medida Provisória (MP) 527, que institui regras especiais para a realização de obras e serviços relacionados com a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016. Ou, no jargão oficial, o Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC). O texto afinal vitorioso foi apoiado por 272 deputados; outros 76 votaram contra e 3 se abstiveram.
Desde o ano passado, o Planalto vinha tentando driblar os dispositivos da Lei 8.666, que regulamenta as licitações oficiais, a pretexto de assegurar a modernização, a toque de caixa, da negligenciada infraestrutura nacional, para o País não passar vergonha nos dois maiores eventos esportivos do globo. Na quinta tentativa de legislar sobre a matéria no bojo de outras propostas, o governo terminou por alojá-la na MP que trata da criação da Secretaria de Aviação Civil. A oposição insistiu, com bons motivos, para que o assunto fosse objeto de um projeto específico. Mas, determinado a mostrar força e serviço depois da paralisia provocada pelo escândalo Palocci, o Planalto deu as costas à alternativa.
Já para a base aliada não faltaram concessões. É o caso da inclusão de aeroportos em capitais a 350 quilômetros de uma sede da Copa no novo regime de obras. Originalmente, o tratamento especial se restringia às cidades-sede. Além disso, esses municípios poderão tomar empréstimos até 2013 sem levar em conta seu limite de endividamento. Mas isso ainda é detalhe perto das facilidades que compõem o RDC. A principal delas desobriga as empresas interessadas de apresentar o projeto básico da empreitada antes da licitação. A MP chama isso de "contratação integrada". O nome mais adequado seria "contratação no escuro".

Aperte aqui e leia o editorial na íntegra, publicado na edição de ontem.

junho 15, 2011

Duas vidas secas*




Por Adriano Lobão Aragão

“Há muita mitologia com a parafernália do cinema. Para mim, cinema é quadro: em cima, embaixo, esquerda e direita. Você tem que combinar tudo dentro desse espaço. Se o cinema evoluiu, não foi pela tecnologia, mas pela linguagem inovadora. O filme era mudo e sem cor, depois ficou sonoro e colorido. Isso não torna um filme mais interessante em sua essência. Mas quando os italianos vieram com o neorrealismo, ou quando os franceses criaram a Nouvelle Vague, aí, sim, foi um marco. A evolução se deu no nível das ideias, da concepção do filme, e não dos equipamentos. A literatura não melhorou por causa do computador.” Assim manifestou-se Nelson Pereira dos Santos em depoimento concedido à revista Piauí, em novembro de 2008. Diretor de filmes essenciais, como “Rio, 40 graus” (1955), “Boca de Ouro” (1962), “Como era gostoso o meu francês” (1971) e “Memórias do cárcere” (1984), Nelson realizou em 1963 sua primorosa adaptação da obra de Graciliano Ramos, “Vidas Secas”. Poucas vezes uma obra cinematográfica conseguiu transpor de maneira tão exata a ambientação literária empreendida pelo autor e, ainda assim, desenvolver uma criação vigorosa artística que não deve ao modelo inspirador sua relevância. Em outras palavras, “Vidas secas”, de Nelson Pereira dos Santos, tornou-se relevante para o cinema assim como “Vidas secas”, de Graciliano Ramos, fez-se relevante para a literatura, cada qual por suas características intrínsecas.   
Em consonância com o depoimento de Nelson, “Vidas secas” é sobretudo a afirmação da ideia, da narrativa sóbria, da valorização do preto e branco, da influência do neorrealismo, tudo circunscrito ao minimamente essencial, da “trilha sonora” executada pelos ruídos de um carroça a um duplo monólogo simultâneo do vaqueiro Fabiano e sua esposa Vitória, que jamais se realizaria em diálogo. Em essência, a negação da parafernália mitológica a que, muitos anos depois, faria referência.
A atuação da cachorra Baleia é um caso à parte. Assim como a habilidade de extrair do animal o comportamento e expressões necessários ao filme, ressalta-se também a extrema habilidade de Graciliano em unir o que há de subjetivo em sua personagem antológica ao que de mais convencional se observa no comportamento de um cachorro.
Escrito entre 1937 e 1938, o romance de Graciliano Ramos narra a desventura de uma família de retirantes do sertão brasileiro brutalizada por uma condição de vida subumana. Revisor cuidadoso, meticuloso com todos os detalhes que pudessem interferir até mesmo no processo editorial, Graciliano examinava até mesmo o material recém-impresso ainda na própria gráfica. E nada de seu labor criterioso era direcionado para a incorporação de adornos, embelezamentos, mas para manter em seu texto a objetividade essencial que lhe é inerente.
Durante o processo editorial do livro, Graciliano mostrou-se inteiramente cuidadoso com sua criação, frequentando a gráfica responsável pela elaboração do livro diversas vezes e examinando meticulosamente o material quando esse entrava no prelo, para ter a certeza que a revisão não interferiria em seu texto. Eis a antológica receita de Graciliano: “Deve-se escrever da mesma maneira como as lavadeiras lá de Alagoas fazem seu ofício. Elas começam com uma primeira lavada, molham a roupa suja na beira da lagoa ou do riacho, torcem o pano, molham-no novamente, voltam a torcer. Colocam o anil, ensaboam e torcem uma, duas vezes. Depois enxáguam, dão mais uma molhada, agora jogando a água com a mão. Batem o pano na laje ou na pedra limpa, e dão mais uma torcida e mais outra, torcem até não pingar do pano uma só gota. Somente depois de feito tudo isso é que elas dependuram a roupa lavada na corda ou no varal, para secar. Pois quem se mete a escrever devia fazer a mesma coisa. A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer.”
No cinema, seguir os preceitos de Graciliano é ainda mais comprometedor, talvez impossível. A criação de um filme é uma arte absolutamente coletiva, por mais que a mão de um diretor tente conter os diversos ímpetos pessoais que se reúnem em torno de uma produção. Com certeza Nelson teve diante de si um gigantesco desafio, sobretudo pelo fato da liberdade, tradicionalmente, que concede a seus atores. Ainda assim conseguiu aproximar as duas linguagens, a literária e a cinematográfica, pelo viés da carestia, do enxugamento. O cinema de Nelson não brilha como ouro falso, mas como uma orquestração árida que valoriza cada segundo de som e silêncio, sobretudo silêncio. Ou um romance que valoriza mais as entrelinhas que a ação. Não se pode afirmar que Nelson tenha pretendido fazer um romance visual, mas não deixa de ser notório que, a partir de 2006, passasse a ocupar cadeira 7 para a Academia Brasileira de Letras. Um reconhecimento literário, é certo, mas Nelson já poderia ser considerado “imortal” desde 1963.



Publicado no jornal Diário do Povo, coluna Toda Palavra, e no blog do autor, o Ágora da Taba, dia  7.


Consumismo*

* Charge: Paulo Urso,
veiculado no blog do autor, o Cartunista Urso.

Muitos anos de vida


Foto de autoria não identificada.