CADÊ?

junho 18, 2011

1 ano da passagem de José Saramago


Foto de autoria não identificada.


José de Sousa Saramago, filho de José de Sousa e de Maria da Piedade, nasceu na aldeia de Azinhaga, província do Ribatejo. Para escapar de multa, seus pais registraram-no como nascido em novembro, 18. Bem criança ainda, mudou-se para Lisboa, porém até a adolescência ia frequentemente para sua aldeia, permanecendo, muitas vezes, em longas estadas na casa dos avós.
Cursou, nos anos de 1930 a 1932, as quatro séries do ensino oficial nas Escolas Primárias da rua Martens Ferrão e do Largo do Leão - em um ano concluiu dois anos letivos. Frequentou, nos anos letivos de 1933-1934 e 1934-1935, o Liceu Gil Vicente, mudando, por dificuldades econômicas, para a Escola Industrial Afonso Domingues. Lá permaneceu nos anos letivos de 1935-1936 a 1939-1940, concluindo o curso de serralheiro mecânico.
O seu primeiro emprego foi como serralheiro mecânico, contratado, em 1941, novembro, 10, para a área de oficinas dos Hospitais Civis de Lisboa. Em 1942, novembro, 21, passou a ser escrevente dos mesmos Hospitais Civis de Lisboa.
Casou-se, em 1944, com Ilda Reis. Passou a trabalhar para a Caixa de Abono da Família do Pessoal da Indústria da Cerâmica, deixando o emprego, em 1949, por desavenças de caráter político com um fascistazinho. 
Em 1947, publicou, pela Editorial Minerva, Terra do pecado, seu primeiro romance. Nesse ano, nasceu Violanta Saramago, sua única filha.
Empregou-se, em 1950, na Caixa de Previdência do Pessoal da Companhia Previdente. Lá permaneceu até 1959. 
Mudou-me para Parede em 1955, e começou a colaborar com a Editorial Estúdios Cor, assumindo o cargo de diretor literário da editora em 1959.
Traduziu, entre 1955 e 1958, seis obras do francês para o português para as edições Europa-América.
Publicou, pela Portugália Editora, em 1966, Os poemas possíveis.
Saramago, nos anos de 1967 e 1968, assinou críticas literárias na revista Seara Nova. Passou a escrever regularmente crônicas para o jornal A capital, material que seria publicado, com outro veiculado no Jornal do Fundão, em Deste mundo e do outro (1971) e A bagagem do viajante (1973).
Publicou, em 1970, o livro de poesias Provavelmente alegria, e divorciou-se de Ilda Reis, retornando para Lisboa. Relacionou-se com a escritora Isabel da Nóbrega até meados de 1980. No ano seguinte, deixou a Editorial Estúdios Cor.
Trabalhou, nos anos de 1972 e 1973, como editorialista no Diário de Lisboa, e este trabalho resultou em mais um livro: As opiniões que o DL teve.
Publicou, em 1975, O ano de 1993
Trabalhou, após a Revolução dos Cravos, nos Ministérios da Educação e da Comunicação Social.
Publicou, em 1976, Os apontamentos, reunião das crônicas veiculadas no ano anterior no Diário de Notícias, onde fora nomeado diretor adjunto, em 1975, abril, 9, e dele desapeado, deixando o jornal, em novembro, 25, quando vitorioso o golpe contrarrevolucionário que fulminou com o Processo Revolucionário em Curso (PREC)
Sem o apoio do Partido Comunista Português, cuja direção desaprovara a sua atuação no Diário de Notícias, e em desgraça pelo suporte ao gonçalvismoSaramago decidiu viver de traduções e dedicar-se à escrever, publicando Manual de pintura e caligrafia (1977); Objecto quase (1978); A noite (1979), seu primeiro prêmio; Levantado do chão (1980), vencedor do Prêmio Cidade de Lisboa; Que farei com este livro (1980); Viagem a Portugal (1981); Memorial do Convento (1982), vencedor de prêmios literários do PEN Club e do Município de Lisboa; O ano da morte de Ricardo Reis (1984), ganhador do Prêmio Dom Dinis, da Fundação Casa de Mateus, e do PEN Club Português; A jangada de pedra (1986); A segunda vida de Francisco de Assis (1987); História do Cerco de Lisboa (1989); O evangelho segundo Jesus Cristo (1991); In Nomine Dei (1993); Cadernos de Lanzarote. Diário - I (1994); Ensaio sobre a cegueira (1995); Cadernos de Lanzarote. Diário - II (1995);  Cadernos de Lanzarote. Diário - III (1996); Todos os nomes (1997); Cadernos de Lanzarote. Diário - IV (1997); Cadernos de Lanzarote. Diário - V (1998); Folhas Políticas (1976-1998) (1999); Discursos de Estocolmo (1999); A caverna (2000); O homem duplicado (2002); Ensaio sobre a lucidez (2004); Don Giovanni ou o dissoluto absolvido (2005); As intermitências da morte (2005); As pequenas memórias (2006); A viagem do elefante (2008); e Caim (2009).
Saramago, o único escritor de língua portuguesa laureado com o Nobel de Literatura, morreu em casa, na Ilha Canária de Lanzarote, na Espanha, na companhia da mulher, Pilar del Rio, com quem casara em 1988, outubro, 29. Deixou inacabado o romance Alabardas, Alabardas! Espingardas, Espingardas!
Hoje, completado um ano da passagem do escritor, as suas cinzas foram depositadas, por Pilar del Rio, junto a uma oliveira que veio da Azinhaga e a um banco de jardim feito de mármore no Campo das Cebolas, em frente à Casa dos Bicos, em Lisboa.

Foto: Daniel Rocha.


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