CADÊ?

março 05, 2011

Um palco para Emir Sader

 

02_MVG_pais_sader_Foto: Monica Imbuzeiro.

A semana iniciou-se com o sociólogo Emir Sader mostrando, mais uma vez, como pretendia transformar a Fundação Casa de Rui Barbosa, no Folha de São Paulo de domingo, 27. Aproveitou a oportunidade para estocar a ministra da Cultura, confiando, que, talvez pelos serviços prestados ao Partido dos Trabalhadores, tinha maior poder de fogo do que a irmã de Chico Buarque. Não tinha. Emir Sader caiu em desgraça e a sua indicação para a presidência da Fundação Casa de Rui Barbosa subiu no telhado.   Foi o bastante para o intelectual emitir comunicado atribuindo a setores que detiveram durante muito tempo o monopólio na formação da opinião pública reação brutal, típica da direita brasileira, às suas propostas, acrescentando que, Paralelamente, o MinC tem assumido posições das quais discordo frontalmente, tornando impossível para mim trabalhar no Ministério, neste contexto. Quis parecer que recusara o convite, além, é claro, de atribuir responsabilidade ao Folha de São Paulo.

Não foi bem assim. Emir Sader, até que a ministra da Cultura sinalizasse irritação com o seu despautério em declaração publicada no diário paulista de domingo, estava firme na disposição de dirigir a Fundação Casa Rui Barbosa, sem apontar a menor incompatibilidade capaz de repelir o convite para assumir o cargo – o Estado de São Paulo, aliás, mencionou que na terça-feira, 1º, à noite, ao conversar por telefone com a irmã de Chico Buarque, o sociólogo ainda acreditava que seria nomeado para presidir a Fundação Casa Rui Barbosa. O certo é que a irmã de Chico Buarque não gostou  de ser chamada de autista. Por isso a nota da ministra da Cultura:

Comunico que o senhor Emir Sader não será mais nomeado presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa. O nome do novo dirigente será anunciado em breve.

Ana de Hollanda
Ministra de Estado da Cultura

De fato, o cientista política Wanderley Guilherme dos Santos assumirá a presidência da Fundação Casa de Rui Barbosa, como anunciado no site do ministério.

Não é justo, contudo, que Emir Sader atribua à direita a sua derrocada. A entrevista, concedida ao Folha de São Paulo,  – aperte aqui e ouça-a – evidencia que o intelectual, desenvolto, falou o que queria, e sem pedir que determinada assertiva não fosse publicada. Morreu pela língua? Que nada!   

Os sectários de Emir Sader não precisam reclamar da direita. O intelectual, depois de defenestrado da Fundação Casa de Rui Barbosa, e antes mesmo de aboletar-se no cargo que lhe destinavam, já tem palco, e mais apropriado, para as propostas alardeadas: a Casa de Lula, ou qualquer que seja o nome do instituto que o ex-presidente pretende instalar, como noticiado no blog Bastidores do Poder, de Josias de Souza..

 

 

Nenhum comentário: