CADÊ?

novembro 16, 2008

Carta Aberta de Chico Castro a Kenard Kruel*



meu caro kenard o meu e-mail dirigido ao poeta e emérito professor emerson tinha um caráter particular. não fui quem colocou o título "carta aberta". contudo serviu para alguma coisa nessa província de jornais amordaçados pela censura subjetiva.
meu amigo wilson figueredo, ex-JB, com que estive na XIII bienal do livro do rio de janeiro,no ano passado, me disse uma coisa muita séria: "não há mais jornalismo no Brasil, mas apenas jornalistas". de fato, é assim mesmo. os jornais estão cheios de focas. os meninos e meninas que saem do curso de comunicação são de uma ignorância cultural de causar espanto.
me lembro que nos anos 90, na sede da UBE - PI, uma jornalista que foi cobrir uma homenagem ao escritor o. g. rêgo de carvalho chegou por lá perguntando quem daqueles senhores que estavam na minha roda, era o renomado ficcionista oeirense!!!!!
é por isso qe eu acho que o Salipi deveria preencher a lacuna deixada pela imprensa local. até acho também que a imprensa melhorou muito nesse quesito. afinal, a primeira página de cultura diária, no piauí, foi criada por você no extinto jornal da manhã, em meado dos anos 80, para a qual dei uma modesta contribuição.
quanto ao airton sampaio foi uma falha minha não incluí-lo no rol dos grandes nomes da contística piauiense. uma geração de autores sem similar na literatura piauiense. o airton ainda tem a vantagem de ser um dos melhores nomes da crítica literária, apesar da grandiosa timidez.
quanto ao cineas,a minha crítica se volta especialmente pela maneira como ele trata as pessoas. de um modo estranho para um professor de várias gerações. é o jeito dele, pode argumentar muita gente. mas, quem se habilita a ouvir tantos xingamentos, principalmente nós, que já ultrapassamos a casa dos 50?!!!!
é evidente que o Salipi é melhor nas mãos dele do que sob a direção da fundac ou da fundação monsenhor chaves... o que eu acho é que o Salipi deveria ter um conselho curador, para não ficar no terreno da pessoalidade, no caso o cineas, que não permite uma opinião contrária.
o professor e escritor wellinton soares me disse que, neste ano, quando sugeriu que o meu livro a coluna prestes entrasse na programação do salão, o cineas pulou para além dos cactos de caracol e sapecou esta: "o chico, não, os professores da ufpi acham que ele não tem método"... ou algo assim.. e ficou por isso mesmo. quer dizer agora que o critério é o consenso dos professores de história da ufpi? neste caso, então, por que a professora e doutora claudete dias nunca foi convidada? é um horror...
a história brasileira hoje está sendo escrita por jornalistas. no piauí, os melhores livros de história foram escritos por não-historiadores. ou seja, por pessoas que não tiveram a formação acadêmica na área. ou não? o movimento pela inserção da história do piauí no calendário cultural do estado nasceu fora da ufpi.... é essa a questão que eu levanto.
O salipi, assim como os professores de história da ufpi, corre o sério risco de se afastar da sociedade, embora muita gente vá ao salão...
mas não posso esquecer que foi o cinéas quem me deu duas resmas de papel para a edição do meu primeiro livro, camisa aberta e outros astrais, em 1976/77.
ps: você recebeu o meu artigo Adivinhe quem vem para o jantar? abraços Chico Castro.

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resposta à carta aberta de chico castro:
quando publiquei o seu e-mail ele já estava publicado no blog do poeta irmão emerson araújo. portanto, quem deu publicidade foi ele, não eu. apenas achei que deveria repercutir na kenard kaverna.
eu acho que deveríamos, sim, discutir o salipi, em todos os seus aspectos, para que ele não corra o risco de acontecer o que aconteceu com o salão de humor do piauí. ano passado foi uma merda. este ano, nem isso. sem equipe aberta, sem participação popular, dá nisso, caro chico castro, dá nisso!
concordo com você. eu, por exemplo, estou fazendo minha parte editando livros meus e de autores outros sobre a história do piauí. falar nisso, estou com mais de 50 mil fotografias antigas da história do piauí. quando vamos colocar em funcionamento o museu de imagem e som do piauí? estou pagando, do meu bolso, um profissional para digitalizar e recuperar todas as fotos que eu tenho na kenard kaverna.
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o joão cláudio moreno me deu duas resmas de papel A4 para eu imprimir a boneca do livro torquato neto ou a carne seca é servida, em sua primeira edição de 44 páginas. ele era o todo poderoso presidente da fundação cultural monsenhor chaves. um pirralho, mas já se comportanto como gente adulta. ele sempre foi precoce, por isso o seu fracasso com as mulheres, dizem! (ai, meu deus, outra polêmica, não!!! sai pra lá, vanessa lobão!!!)...
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não recebi convite seu desde o dia que você, mais uma vez, sem razão, brigou comigo. como puta velha, sempre o perdôo e volto para os seus braços a abraços.
não se deixe de mim. fique com deus, na paz do senhor. beijos kenardianos.


* Postagem extraída de Kenard Kruel: entre sem bater, publicada em novembro, 12. As fotos que ilustram esta reprodução, assim como suas montagens, são deste blogueiro.

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