CADÊ?

dezembro 11, 2008

Eu penso que...

Foto de autoria desconhecida,
extraída do site da FUNDAC.


Abriu-se uma frente de batalha no blog de Kenard Kruel. Tudo porque Kruel, em postagem intitulada Festival de Música Cantos do Piauí, desancara as músicas concorrentes. Ei-lo em ação:
Não vou falar do que eu não entendo (e não desentendo tanto assim), mas, quando comecei a ler as "letras" fui tendo um troço (parecia coisa do Wally Saiolormoon tentando fazer contato comigo para dizer que o Torquato Neto se mataria de novo se vivo fosse e estivesse presente ao Festival, que ora se realizava). Fui passando mal. Bufando pelas ventas... Caralho, que merda, diria o Cineas Santos, logo de entrada! Pela ordem - de menos pior, destaco: 1) Assunta; 2) Valsa noturna, 3) Uma mulher (crê) e 4) Lá no Brejo. O resto é resto mesmo, para jogar fora, tocar fogo. Um desrespeito a pessoas como eu e Fifi Bezerra, que temos anos de leitura, de tradução, de interpretação, de estudo, de pesquisa, de noção do que seja uma composição poética / musical. Pensei! Será que não temos mais um Arimatan Martins, um Durvalino Couto Filho, uma Ana Miranda, um Naeno, um Cruz Neto, uma Janete Dias, um Zé Rodrigues... Eu sei que os compositores dessas "pérolas" têm coisa melhor. Mas, é o negócio... Na hora de fazer a inscrição é assim: Vai lá, bota qualquer porcaria... assim, sem qualquer critério. Se não ganhar, esculhamba a Comissão Julgadora e a promotora do evento. E sai por cima da carne seca é servida, no gosto e nos braços popular. É o pensam esses sacripantas com suas felonias à música popular brasileira.

E adiante anotou:

Senhores e senhoras
, me perdoem, mas estou passando mal, foi demais para mim, tudo se passar de novo na minha frente. Minhas retinas...!!! Meus sais...!!! Meus ais...!!! Chamei o S. O. S. Saúde do Dr. Clidenor de Freitas Santos (de saudosa memória). Estou indo me internar no Sanatório Meduna. loucura por loucura, prefiro estar entre os autênticos! Quando sair de lá, se sair, transcreverei as "letras" na íntegra. E olhem, senhores e senhoras, que transcrevi os "melhores" velsos... E tem cretino que anda dizendo pelos cantos escuros de Teresíndia, ratos que são, que eu, Kenard Kruel, não entendo nada de letra, nada de composição, nada de nada. Eu não entendo mesmo é um bando de gente cretina dessa fazer o governo do Estado gastar uma grana braba para realizar um Festival que deveria ser de música, a Fundação Cultural do Piauí mobilizar todo o seu pessoal, para oferecer, como ofereceu, serviço de primeira, estrutura de primeira, e esses concorrentes de merda nos fazer passar por essa vergonha de ter que dar nota numas botas dessas que chamam de "letra". Vão se catar... Vão se tocar... Vão ler. Vão ouvir. Vão estudar. Vão pesquisar..
Música (olha eu me metendo numa coisa que não entendo) é matemática (olha outra coisa que eu não entendo, mas fui casado com a Maria Rita, que é formada em matemática e entende tudo de matemática e alguma coisa me passou, entre uns beijos e abraços que me deu...). Música sendo matemática, tudo tem que se encaixar, como dois e dois são vinte e dois. Agora, pegar umas palavras, jogar de qualquer jeito no papel, sem ritmo, tentando, a qualquer custo, um compasso, harmonizá-las, fluí-las em canto, não dá mesmo. A Carla Ramos, que entende do assunto, me disse que compasso é reunião de tempo. Quando o quebramos é como caminhar e levar uma topada. Claro, que ele pode ser quebrado, pode pintar um breique, pode haver rubato (roubar, tirar do tempo), mas tem que ser de forma inteligente. Música é matemática, portanto, nada de criar melodia aleatória, esticando a letra para fechar o compasso, finalizou ela, com toda propriedade. Do jeito que o pessoal viajou na teta farta dos impostos dos PeTralhas, Carlita, nem com a reza canto reza do padre Marcelo...!!! Cruz Credo, padre Antônio Maria!!!... (PS: A grana dos prêmios foi alta para ao nosso meio, o que poderia ter estimulado inscrição melhor de trabalhos, mas, mesmo assim, os bacanas levaram tudo na brincadeira, no deboche, no desrespeito, na safadeza, na cretinice, na putaria mesmo... ora, ora, pois pois!!!, que se lasquem de vez, pobreza!!!...)..
Por isso, a Gaby, que é uma indiscutível cantora e, mais do que cantora, uma intérprete de dizer chega, sasssssssssaricou no palco toda sem forma e fôrma tentando cantar algo incantável. Meu samba não anda de lado / meu samba não repete rima / é um samba que só se encontra em Teresina. Olha isso ai, Marcus Cavalcante! Olha isso ai, Peinha do Cavaco! Olha isso ai, Muniz, meu vizinho de tantas empregadas boas de me tirar o sono e a grana debaixo do travesseiro..
A mesma coisa aconteceu com a Soraya Castelo Branco. Toda de branco, ela super branca (talvez, quem sabe, de vergonha) de ter que cantar coisas assim: A vida é semelhante a um rio / há mares e há rios pra se navegar / Gota a gota derramamos nosso mundo / no mundo que queremos revelar. Menino, estou pasmo! Eu, quase cinqüentão, não sabia, juro, que "a vida é semelhante a um rio" e que "há mares e há rios pra se navegar". Como eu vivi até agora, meu Pai Edilton!, sem essas informações tão preciosamente poéticas!. Morro, Donizete Adalto, e não vejo tudo mesmo!...
Quase igual azar, aconteceu com a Carol Costa. Menos pior porque estava acompanhada pelo Anderson, que toca pra caramba, e, pelo menos, prestei atenção nos longos dedos dele percorrendo o corpo do violão como se fosse o meu corpo, na minha imaginação! Carol Costa deu tudo de si, sei, para tentar salvar o que não tinha salvação em Taça de prata com caco de cuia (só mesmo na Praça Pedro II, perto da Paissandu, para me aparecer uma "letra" dessa. Ele só vive nas rodas / ela só, morre de tédio / enquanto ele toma todas / ela toma remédio / ela manda um recado de paixão / ele manda tudo pra cucuia / será que dá pra misturar / taça de prata com caco de cuia. É putaria mesmo, das grandes, das inchadas, com bastante pira por todas as peles e ossos do corpo desumano de musa inspiradora para improvisados poetas de meia tijeja como os autores dessa "letra", sem pé nem cabeça). Glauco Luz, meu lindo, eu amo você, mas não desses velsos. Você tinha / tem coisa melhor. Por que? Por que você fez isso? Por que nos odiar tanto assim! Eu, eles, Nós e Elis do Joca Oeiras, não merecíamos / merecemos ouvir cloaca assim..
Me deu pena, ver e ouvir essas três maravilhosas criaturas - Gaby, Soraya e Carol, com pique de ferrari num fiat 147 que eram as "letras" que elas estavam defendendo. O resultado veio em forma de Kelly Mellissa, de 15 aninhos apenas, derrubando todas elas, inclusive a consagrada Mira, que cantou mais para cumprir compromisso do que pelo poder de cantar mesmo, que estava rouca, quase sem voz, com cara de quem estava com bastante dor, mas que, mesmo assim, deu o seu recado. Não aquele que eu estava esperando, como o da fase anterior, mas o que ela, humanamente, pôde (tem ou não tem acento, Mestre Airton Sampaio?) dar. Valeu, Kelly Mellissa, Intérprete nº 1º, numa terra de Gaby, Soraya e Carol, para falar só delas, que estavam na final do Festival, que era para ser de música e não foi... Não foi mesmo, sapo boi!.
Agora, cá para Nós e Elis, do Joca Oeiras, bem feito para elas (Gaby, Soraya e Carol Costa)! Podiam recusar cantar o que não presta. Não são obrigadas a nada. E, se forem, agora tem a Lei Maria da Penha. Agora tem a Lei da Gravidez. E elas têm, ainda, a Kenard Kaverna para auto exílio (já sem hífen ou não tinha hífen mesmo, camarada Ozias Lima, que brigou com o João Carvalho, que brigou com o poeta William Melo Saores, que brigou com a Sônia Terra, que brigou com a Carla Ramos, que brigou com o Airton Sampaio, que não tem nada a ver com nada disso aqui. Mas, quem com ferro fere, com ferro será ferido...)! E viva a Roda de Poesia e Tambor, do poeta ferreiro Élio, com sua linda negritude ao lado da minha branquinha linda radialista e auxiliar dele Fernanda Lages Rebelo..
E se eu, quando sair do Sanatório Meduna, encontrar um cretino desse, que se diz compositor,, e ele olhar atravessado para mim, vou partir para cima, com tudo. Será menos um no mundo para nos importunar. Ora! Podem apostar! (Em mim, claro). E, me poupem Gilvan Santos e Ruimar Batista, mas não jogo no jogo (olha a questão dos acentos, ai!) de vocês não. Dois compositores perna de pau, só sendo, para fazer essa coisa, de fazer o Ramsés Ramos tremer de raiva, onde quer que esteja (e espero que esteja na santa paz de Deus!, onge dum inferno desse!). Tentem entender estas palavras sapecadas no papel, sem dó nem piedade!: No jogo somos todos perdedores / vencedores poderíamos ser também / a jogada boa ainda não fizemos /e todos nesse jogo são iguais. Vão se lascar, Gilvan e Ruim arzim (assim mesmo, com esta separação) com uma merda de letra dessa! Quem quiser, que encare! Mas, é merda mesmo! E muita... Das fedorentas. Ovo podre, com mão de vaca do Velha Guarda. A sobra de trêsontonte. Como mais lá não. Tá outra merda também! Outro dia peguei infecção intestinal comendo lá, uma estragada mão de vaca. Mas, o que é que isso tem a ver com o Festival? É que não vivemos só de Festivais? Lembram da frase ou da fase que isso foi dito???!!! A vida não se resume em Festivais, ou coisa assim: Apenas uma lembrança, sem ver nem pra crer! Ah, bom!!!!...
A Fundação Cultural do Piauí tem culpa de nada. Tudo muito certo, tudo muito bem organizado. Tudo dentro dos conformes. A Sônia Terra está de parabéns, bem como sua equipe toda. Tudo funcionou bacana. Tecnicamente, o Festival de Música Cantos do Piauí foi perfeito! (Eu ganhei uma camisa, dois copinhos d'água e um enroladinho - comida, cacete, comida, que lá estava todo mundo careta, imagino! Então, nada mais justo do que fazer um elogiozinho. E ainda dizem que eu não me vendo. Vendo e vendo barato. As pessoas é que têm medo de fazer a proposta, achando que vou recusar um mensalinho ou mesmo e melhor que fosse um mensalão careca, que elas gostam mais - A final, estamos no país dos PeTralhas!). Para não dizer que falei da críticazinha: só aquela resalva. No próximo Festival, se ainda for realizado algum, cada especialista no seu ramo de trabalho. Nem todo mundo é um Fifi Bezerra, que entende de tudo. Ou um Durvalino Couto Filho, que também entende de tudo. Nem um Geraldo Brito, que também entende de tudo. Sendo assim como foi, jurado julgando o que não entende (como eu, dando aqui a mão à palmatória), o resultado pode ser, novamente, um como esse de agora, com o Dário Castro papando tudo, ou quase tudo, faltando pouco para barba, cabelo e bigode: gostem ou não. Agora, quem quiser desafinar o coro dos contentes é apelar para o Bita do Barão ou mesmo o padre Beleca, que vou-me indo. Passem bem, enquanto vou passando mal... Arre égua!
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PS: Nós, jurados do último dia, pegamos essa bosta toda, que já veio selecionada de outros julgamentos. Imagino o quanto devem ter sofrido a Carla Ramos, o Fred Marroquim, o Beethoven, o Domingos Dias, por exemplo, nos primeiros julgamentos. Não, não quero nem imaginar. E aqui, minha solidariedade a todos os membros (epa!) da Comissão Julgadora do Festival de Música Cantos do Piauí..
PS: Eu disse que não entendia / entendo de melodia, arranjo e interpretação, mas não disse que sou leigo, tapado, frutinha verde no assunto. Se algum bacana quiser encarar, pode vir quente que já estou fervendo. Agora, não tenho tempo a perder. Só quero saber do que pode dar certo. Asssim, se encarar, bata logo ou levará um soco parnaibano bem no meio da fuça! Bolsa de apostas aberta. Cartas para a Kenard Kaverna. Sem anonimato. Mas, se vier anonimatamente, não tem problema... Esta pocilga eletrônica serve para tudo. Recebe de tudo... Inclusive jabá... Não é, Arnaldo Jabor!? Passem bem, que estou passando mal... Mas, ficarei bem, para ver os meus inimigos soltarem fogo pelas fuças... Cruz credo!!!
Duas considerações impõem-se sejam aqui impressas:
- Exceto por minha manifesta paixão pelo música e pelo afeto que o Kenard Kruel me tem, é absolutamente incompreensível que a postagem mencionada, e aqui parcialmente reproduzida, tenha sido dedicada a mim - a menos que, mais uma vez, queira me sacanear. Registre-se que não assisti a qualquer fase do Festival de Música Cantos do Piauí. E, assim, não posso me manifestar sobre qualquer canção. Suponho, contudo, que a grande maioria das canções reveste-se de tacanhice regionalista, que abomino. Portanto, não são músicas assim que me atraem. Prefiro ouvir, por aqui, o guitarrista Galvão, por exemplo.
- A batalha deflagrada com a postagem aqui mencionada constitui-se, em muito, típico qüiproquo. Explico. Acredito em Kenard Kruel quanto apregoa a má qualidade das canções finalistas do
IV Festival de Música Cantos do Piauí. Certamente que, por óbvio, são responsáveis pela qualidade das músicas os compositores, os arranjadores e os intérpretes. Kruel, Urso Hibernador, vai além ao atribuir aos artistas que participaram do Festival de Música Cantos do Piauí a responsabilidade por a Fundação Cultural do Piauí "gastar uma grana braba" em um certame ordinário, eximindo essa Fundação de qualquer culpa. Não, Kruel, não. A seleção das músicas que participariam, como participaram, do IV Festival de Música Cantos do Piauí foi da Fundação Cultural do Piauí, à frente, supõe-se, o Coordenadaor de Música da FUNDAC, o senhor Assis Bezerra. Depois, cada um dos jurados, nas diversas etapas, é responsável pela calamidade narrada. Afinal, que diabo de Festival é este que tem, necessariamente, de premiar precariedades?

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