CADÊ?

setembro 03, 2010

Canteiro de Obras na última quinta-feira do mês





Dos integrantes do Grupo Tarântulas de Contistas, talvez, eu seja o mais ficcionista. Calma. Não disse o melhor - esta avaliação, espero, fica por conta do leitor, e não serei eu, com todo o pudor que possuo, que irei influenciá-lo. Decerto que, não posso negar, cometi poesias. A única publicada, pela flagrante generosidade do editor, Cineas Santos, no Descartável, com capa em xilogravura do magistral Fernando Costa, era, em verdade, uma antipoesia:
A poesia é seca/é saco/é soco, ou algo parecido.
Tenho a poesia, via de regra, notadamente em recitais, como torturas por vogons, que podem levar - é a pura verdade -, ao suicídio. Melhor: tinha. Até que, com Airton Sampaio e J. L. Rocha do Nascimento, fui ao Canteiro de Obras, e conheci os poetas da Academia Onírica, por ocasião do 7º Encontro Poético, dedicado ao Manoel de Barros. Claro que nem todos os poetas são vogons. Adriano Lobão Aragão, por exemplo, que não é integrante da Academia, certamente não é.



Bem, gostei do 7º Encontro Poético da Academia Onírica. Decerto que, na ocasião, o poeta Ferreira mostrou que a poesia tarja preta não se lhe aplicava. Afinal, verbalizou cus, bocetas e paus como meros palavrões, com lançamento de garrafas de cajuínas ao público, tamborete em pedais, serração, isto mesmo, serração do livro do homenageado e, depois, afastado do microfone, proferiu discurso de que a poesia do grupo, vejam vocês, era conservadora.  Definitivamente, a poesia do Ferreira, apresentada no Encontro, não se curva à profilaxia tarja preta. O recomendado, pela perfomance, embora já não mais recomendado, é o choque elétrico
Foto: Kátia Barbosa

Gostei tanto que repeti a visita ao Canteiro de Obras no 8º Encontro Poético, dedicado ao Arnaldo Antunes. O Thiago E., disse-lhe, aliás, estava muito Arnaldo Antunes. Mas isto é mais próprio de uma nova postagem.

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