CADÊ?

novembro 12, 2010

Criar é um risco


Vejam o reclame acima. Pois não é que a combativa  Secretaria de Promoção da Igualdade Racial - aquela que provocou o Ministério da Educação contra a adoção, nas escolas públicas, do livro Caçadas de Pedrinho, de Monteiro Lobato, acusando-o de discriminação racial -, representou contra a publicidade junto ao Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária. Reclamava que não tinha crianças afrodescendentes no reclame. 
O CONAR, à unanimidade, segundo Lauro Jardim, no Radar on-line, arquivou a representação.
Está certo que a publicidade parece destinada a país nórdico. Mas não se vê, contudo, ofensa alguma ao afrodescendente, a ponto de justificar a ação da combativa Secretaria. Tampouco se constitui a iniciativa da SEPPIR em ação afirmativa, uma vez que não pode alegar ofensa a qualquer lei e nem visa, em essência, melhoria das condições da população negra. 
A publicidade cinge-se, por sua finalidade, a alcançar um público alvo: os pais. Decerto que os pais afrodescendentes, diante da ausência de crianças negras, podem optar por outro produto.
Parece que o que pretendeu a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial foi, por conta de sua xenofilia política exacerbada, cercear o direito de criação.
Estranho, finalmente, é que não tenha reclamado da ausência de criança índia. 



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