CADÊ?

julho 29, 2011

Luis Buñuel


Foto de autoria não identificada.
Luis Buñuel, filho de Leornado Buñuel González e de María Portolés Cerezuela, nascido em Calanda, Espanha, é considerado um dos principais nomes do cinema mundial. 
De família católica, iniciara os estudos com os jesuítas, mas, adolescente, perdeu a fé, tornando-se anti-clerical e ateu, o que o levou, em 1915, a ser expulso do colégio. Terminou os seus estudos secundários no Instituto de SaragoçaEm 1917, foi para Madri, instalando-se na prestigiada e elitista Residencia de Estudiantes, onde permaneceria até janeiro de 1925. Lá conheceu vários intelectuais e conviveu com muitos daqueles que fizeram parte da famosa Geração de 27, tomando conhecimento das vanguardas artísticas e literárias da época — cubismo, dadaísmo e surrealismo. Foi também na Residencia que se tornou grande amigo de três camaradas e companheiros de boemia: Pepín BelloFederico García Lorca e Salvador Dalí Em 1924, depois de ter frequentado, sem grande convicção, vários cursos universitários, acabou por se licenciar em História.
O primeiro cineclube da Espanha foi por ele fundado em 1920.
Mudou-se para Paris em 1925, envolvendo-se com as vanguardas artísticas locais. Realizou, em 1928, com a codireção de Salvador Dalí, Um cão andaluz  com o famoso primeiro plano de um olho sendo cortado por uma navalha. O seu segundo filme é a A idade do ouro (1930).
Buñuel voltou a Espanha, após a proclamação da República, e, financiado pelo seu amigo anarquista Ramon Acín, dirigiu, em 1933, um documentário  Las Hurdes, tierra sin pan , em que descrevia, de modo cru, a vida cotidiana e os costumes ancestrais de uma recôndita aldeia espanhola da Extremadura, profundamente miserável e em estado quase selvagem. As imagens e os fatos descritos eram tão extraordinários e irreais, que acabariam por dar ao filme um cunho verdadeiramente surrealista. Foi um escândalo, desagradando ao governo (esquerdista) espanhol que o proibiu, para grande desapontamento de Buñuel, por dar uma imagem corrompida da Espanha no estrangeiro.
Considerado cineasta maldito, foi obrigado a viver da tradução de filmes. Entre 1933 e 1935 trabalhou para companhias americanas em Hollywood, mas seus projetos não se realizavam.
Em 1947, mudou-se para o México. Realizou filmes comerciais, que nada tinham a ver com os seus interesses mais profundos. Mas, em 1950, recuperou a sua autenticidade com Os esquecidos, sobre a vida violenta e dura dos meninos de rua na Cidade do México, sendo muito aplaudido pela crítica. Seguem-se, entre outros, Subida ao céu (1951); Una mujer sin amor (1951); Susana, a mulher diabólica (1951); O bruto (1952); O alucinado (1952); Robinson Crusoé (1953); Escravos do rancor (1953); Ensaio de um crime (1955); e Nazarin (1958).
Ganhou a Palma de Ouro do Festival de Cinema de Cannes com Viridiana (1961), em que apresentou um jantar de mendigos parodiando a Santa Ceia, chocando a católica Espanha, onde a obra foi proibida.
Com o nome firmado pelo público e pela crítica, realizou, entre outros, O Anjo Exterminador (1962); A Bela da Tarde (1967); e O Discreto Charme da Burguesia, que recebe em 1972 o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Dirigiu, ainda, O Fantasma da Liberdade (1974) e Esse Obscuro Objeto do Desejo (1977), considerados obras-primas do cinema.
Em 1982, publicou o livro de memórias Meu Último Suspiro.
Buñuel morreu na Cidade do México, e, como desejava, foi cremado e as suas cinzas dispersas.


Nenhum comentário: