CADÊ?

novembro 11, 2008

O SALIPI não te pertence, Chico Castro


Nas postagens veiculadas um pouco antes desta, em novembro, 5, eis mais uma polêmica, iniciada pela publicação, por Emerson Araújo, de e-mail que lhe destinou Chico Castro. Já havia dito, em postagem publicada neste blog que Chico Castro, ao mencionar integrantes do Grupo Tarântula como expressivos contistas do país, e ausentes do Salão do Livro do Piauí, tinha como objetivo estocar Cineas Santos. Chico Castro, aliás, no mencionado e-mail, comete erro ao atribuir ao Airton Sampaio importância apenas enquanto conhecedor da produção literária recente do Piauí. Airton Sampaio é, também, um dos melhores contistas do Piauí, e um dos mais producentes, alinhando-se, naturalmente, ao J. L. Rocha do Nascimento e ao Bezerra JP, para mencionar os citados.
É preciso que seja entendido, de outra parte, que o Salão do Livro do Piauí é conservador, como conservadores são os organizadores de vestibulares, e, assim, serve muito bem ao seu propósito. E, neste contexto, querer que a geração de 1970 seja homenageado é não o vislumbrar. Sabe quando a geração de 1970, ou algum de seus integrantes, será homenageado pelo SALIPI? Quando for exigido em vestibulares reiteradamente. Não interessa ao Salão, na escolha do homenageado, apenas o talento literário, mas, principalmente, a visibilidade da obra para quem organiza vestibulares. O Salão do Livro do Piauí parece, assim, forçoso admitir, vitrine para os seus idealizadores, quase todos com seus livros resumos de literatura, tendo como público principal o infeliz do vestibulando. O resto parece ser maquiagem e mercantilismo, para se dar feição de um salão de livros. Portanto, não há razão para ressentimentos. Basta que se compreenda o Salão do Livro do Piauí.

3 comentários:

Airton Sampaio disse...

É isso mesmo,Leonam. Assino embaixo. Mas o pior é o ar ambíguo de heroísmo e vítimismo de quem organiza o Salão, já que quem o faz é o público, nem sempre bem tratado, aliás até maltratado. E a postura olímpica dos organizadores, avessa a qualquer crítica, como se deuses do Olimpo fossem e em nada errassem? Será que nem aquela chata e oficialesca cerimônia de abertura, cheia de um hinário ufanista e de discursos politiqueiros demagógicos, tudo no melhor estilo estado-novista, será que nem isso se pode criticar? Por que não se pode, por exemplo, criticar a vinda quase todo ano da mulher do José de Nicola, que já provou, ela, que não tem nada a dizer? Será que é porque é amiga do Rei? Calundus e onipotências, onipotências e caludus, resumidos num termo: coronelismo cultural...

J.L. Rocha do Nascimento disse...

Leonam, cirúrgico, preciso esse teu olhar. Botou o dedo na ferida. É isso aí mesmo, Chico Castro, chega de ressentimentos!E sejamos realistas, façamos a nossa própria crítica. Produção literária escassa, ressalvadas honrosas exceções; sem planejamento, sem visibilidade, sem leitor, sem estudo crítico,sem divulgação, sem editoração, sem um fio condutor, não tem conjunto, apenas iniciativas isoladas, de uns grupos ou não, não geramos muita coisa não, essa a dura realidade.
Geração de 70? Não cabe no SALIPI ou em qualquer salão, pelo menos por enquanto.

EMERSON ARAÚJO disse...

Olha Leonam eu não quero entender nada deste SALIPI, eu já tinha dito que ele é uma extensão dos cursinhos falidos de Teresina e dos arremedos de professores que teimam em ensinar o nada por nada. Quanto a geração 70, não me preocupo que ela apareça neste salão, prefiro mais que ela esteja no salão da criatividade. Aliás este é que é nosso salão principal. Um abraço fraterno.