CADÊ?

outubro 04, 2008

Vem aí Saga Lusa, de Adriana Calcanhotto

Foto: Paula Huven/ Folha Imagem

Não, não é o próximo álbum de Adriana Calcanhotto. É a sua estréia como escritora. O livro, publicado pela Editora Cobogó, criação recente da cineasta e fotógrafa Isabel Diegues e do arquiteto e crítico Ricardo Sardenberg, será lançado ainda neste mês.

Saga Lusa é uma narrativa dos dias em que Calcanhotto esteve em Lisboa, quando realizava uma turnê em Portugal, e sofreu um surto psicótico induzido por medicação, provavelmente a cortisona, deflagrando um período de delírios e pânicos, a ponto da intérprete e compositora achar que não voltaria a controlar as próprias emoções e pensamentos. Escrever Saga Lusa, para fugir das piores lembranças, medos e tristezas, tornou-se o antídoto para o surto psicótico. É, também, o reencontro de Adriana Calcanhotto com a prosa, que deixou de lado, na adolescência, em favor da poesia.
Numa passagem do livro - divulgou-se -, Adriana Calcanhotto imagina deixar a música e se tornar uma escritora profissional, integrando a Academia Brasileira de Letras, e até mesmo presidi-la. Aqui faço um diagnóstico: a criação é mesmo fruto de delírio ou então é melhor a moça continuar com a música, porque a nova carreira começou mal. Academia de Letras, mesmo a brasileira, é mausoléu.
A sorte é que, depois da crise, graças a Deus, retomou à carreira musical, e a prosa está na vida de Adriana Calcanhotto mais como leitora do que como escritora, se não tiver sido delírio a pretensão acadêmica.

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