CADÊ?

outubro 23, 2008

Medicamento antifumo da Pfizer pode levar à morte, dizem pesquisadores*


Pesquisadores norte-americanos afirmaram nesta quarta-feira (22) que o Chantix, medicamento para inibir a vontade de fumar produzido pela Pfizer, pode causar lesões e até levar à morte.

No Brasil, o medicamento, que leva o nome de Champix, está aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e é comercializado desde 2006.

Segundo pesquisa da Universidade Wake Forest junto a um instituto sem fins lucrativos focado em práticas seguras de medicação, foram registrados mais de mil problemas de saúde e lesões no primeiro trimestre deste ano em doentes que tomavam o medicamento, incluindo 50 mortes.

Os cientistas analisaram dados de pós-comercialização submetidos à FDA (agência reguladora de produtos alimentícios e farmacêuticos nos EUA) de pessoas que utilizaram a droga, que foi aprovada para venda em 2006.

Em comunicado, a Pfizer afirmou que estava ciente dos tipos de riscos analisados, porém, declarou que os relatórios são inconclusivos. Para a empresa, o Chantix é seguro e eficaz quando utilizado corretamente.

O estudo afirma que a FDA revisará todos os relatórios, mas ninguém da agência foi encontrado para comentar as recentes descobertas. O próprio Chantix alerta que pode causar depressão, comportamento suicida, agitação e outras atividades incomuns.

Em maio deste ano, pesquisadores relataram o primeiro aumento de acidentes graves relacionados ao medicamento, como problemas na visão e cardíacos.

O diretor médico da subsidiária brasileira, João Fittipaldi, afirmou que o medicamento é seguro e só deve ser utilizado com prescrição e acompanhamento médico. De acordo com ele, o estudo divulgado hoje nos Estados Unidos trata de "relatos espontâneos" e não é "possível estabelecer relação de causalidade" entre os problemas de saúde e o Chantix.

"É um produto que trata de um vício. Mesmo quando se pára de fumar sem o uso de medicamento, [a pessoa] pode apresentar uma série de alterações físicas e comportamentais", afirmou Fittipaldi.

A reportagem tentou contato com a assessoria de imprensa da Anvisa para comentar o caso, mas ninguém foi encontrado por volta das 18h30 desta quarta-feira.


* Matéria extraída da Folha Online.

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