CADÊ?

agosto 27, 2008

Hospedaria de Bangu 8 experimenta súbito ‘upgrade’*

Foto: Christian Parente/UOL

As prisões brasileiras são ruins por que os ricos não as freqüentam ou os riscos não ficam nas prisões brasileiras porque elas são ruins?
A julgar pelo que se passa em Bangu 8, a primeira alternativa é a correta. Sim, os cárceres do país não prestam porque só hospedam a malta.
O sem-banco Salvatore Cacciola desfruta das facilidades de Bangu 8 há um mês e oito dias. Tempo exíguo. Mas já se nota um upgrade na qualidade dos serviços.
Descobriu-se que certos presidiários têm encomendado comida e bebida em restaurantes chiques da Barra da Tijuca.
Cacciola, por exemplo, teria se servido de lagosta num de seus almoços. Coisa tão fina e incomum que a Secretaria de Segurança do Rio decidiu abrir sindicância.
Tenta-se descobrir como a iguaria cruzou os muros do presídio. Trazido por visitantes, é legal. Providenciado por carcereiros, mediante propina, é transgressão.
Cacciola não é o único bolso fornido a puxar cana em Bangu 8. Fazem companhia a ele, entre outros:
O deputado estadual Natalino Guimarães (expulso do DEM); o irmão dele, vereador Jerônimo Guimarães...
...O deputado estadual cassado Álvaro Lins; e o ex-chefe de Polícia Civil do Rio Ricardo Hallack.
Dependendo do resultado da sindicância, pode-se antever um daqueles clássicos motins de refeitório.
Cacciola, batendo com o prato na mesa, há de reivindicar: “Lagosta, faisão, caviar e macarrão –“al dente”, naturalmente.
Para acompanhar: uma boa carta de vinhos. Com opções de “Barolo” e um "Brunello di Montalcino" de cepa honesta.
A irmandade de Bangu há de aderir –gostosamente—a uma rebelião como essa.


* Postagem extraida do blog de Josias de Sousa
, publicada ontem, 26.

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